THE WASHINGTON POST
Brincando com a famosa frase de Hamlet, Michael Getler [20/10/02] comenta as escolhas editoriais que foram alvo de reclamações de leitores do jornal. Ele conta que nas últimas semanas recebeu dezenas de telefonemas e e-mails se queixando do uso de fotografias na primeira página que mostravam, parcialmente, os corpos de duas vítimas do atirador de Washington.
O ombudsman acha que as imagens dramáticas transmitiram o horror daqueles dias de forma mais clara que as matérias escritas, sem apelar para o sensacionalismo. Alguns leitores, no entanto, não concordam, e ficaram ofendidos com a escolha editorial. Eles argumentam que as fotos eram muito "cruas", que a publicação foi desnecessária, "mostrou falta de respeito com as mulheres e as famílias" e assustou ainda mais as crianças.
Getler também observa que a tira cômica Boondocks programada para publicação no domingo anterior foi descartada pelos editores do Post e veiculada em outros jornais. A tira fazia menção ao comentário de uma autoridade alemã que comparou a tática de Bush de controlar a opinião pública a de Adolf Hitler. Segundo o editor-executivo do Post, Leonard Downie, a decisão foi uma questão de gosto: "Nós editamos o jornal, todo ele, incluindo as histórias em quadrinhos. A única maneira de editá-las é escolher entre publicar ou não cada tira. Nós a revisamos por questões legais e de gosto. Boondocks não é a única a ocasionalmente ser descartada".