GRUPO GLOBO
As discussões sobre as dificuldades do Grupo Globo, como sempre, são parciais, emocionais, revanchistas e incompletas. Conviria prestar atenção para as seguintes questões:
** O grupo de comunicação está fazendo um acerto com bancos privados.
** Seu anunciado programa de recapitalização está dentro do figurino preconizado pela nova redação do artigo 222 da Constituição, que privilegia a democratização do capital das empresas de comunicação
** O grupo está se desfazendo de ativos e portanto facilitando a desconcentração da mídia. Quem está abocanhando estas ofertas são as empresas do grupo J. Hawila. Pagam à vista e, breve, farão parte de um dos conglomerados mediáticos. Sem juízos de valor.
** O governo facilitou há poucos anos uma injeção de recursos no grupo Diários Associados abrindo mão do seu direito de recorrer na ação por indenização do acervo da antiga Tupi. Ninguém reclamou mas este, sim, era dinheiro do contribuinte. Pouco mais de 200 milhões de reais.
** A Empresa Folha da Manhã foi nos anos 80 uma das maiores devedoras do INSS. Acertou-se com as autoridades, compôs a dívida, pagou tudo e hoje é uma poderosa organização. Também tem prejuízos em diversas operações. Mas está viva e forte. Vida longa!
** O governo está fechando os olhos à situação falimentar em que se encontram pelo menos dois grandes diários. Não recolhem impostos nem obrigações, sobretudo as trabalhistas, e, algum momento, a bolha deve estourar. O preju, de novo, é do contribuinte. Ninguém está chiando e nem pode ? a quebra significaria um enorme rombo para os cofres públicos e desemprego para centenas de jornalistas.
** A discussão sobre a TV Pública no Brasil precisa ser reanimada. Rádios e televisões consideradas falidas deveriam ser entregues a um sistema do tipo PBS ou BBC. Efetivamente público e não disfarçadamente estatal.
** O veterano deputado Miro Teixeira (PDT-RJ), também jornalista, levantou numa das edições televisivas do Observatório da Imprensa (em 18/12/2001) a necessidade de adotar uma fórmula onde o governo ajuda a imprensa de forma transparente e aberta de forma a evitar submissões. Conviria estudar a questão [veja remissão abaixo].
Governo novo, vida nova. Não adianta espernear: no tumulto o barco aderna e afunda.
Leia também