Saturday, 21 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1319

Leila Reis

TURMA DO GUETO
"Excluídos ganham mais espaço na
TV", copyright O Estado de S. Paulo, 10/11/02
"Algo está mudando na TV. A parcela mais
pobre da população brasileira começa a aparecer
de maneira um pouco diferente. Não que os representantes
dos descamisados estivessem completamente ocultos. O lugar deles
sempre foi bem definido na TV: na platéia dos shows de auditórios,
nos corredores de delegacias focalizadas pelos programas policiais,
nos estúdios do mundo- cão que tomam conta da tarde
da TV ou como vítimas de tragédias nos telejornais.

O sucesso de produções sobre o cotidiano dos excluídos
socialmente, como o filme Cidade de Deus, dirigido pelo talentoso
Fernando Meireles, e a série Cidade dos Homens, produzida
pela O2 (a mesma do filme) e exibida pela Globo, talvez tenha mostrado
ao meio TV que pode haver poesia nesse universo capaz de capturar
o público médio hoje.
Essa percepção deve ser a responsável pela
iniciativa da Record de exibir A Turma do Gueto, série idealizada
e estrelada pelo cantor de pagode Netinho que estreou bem na segunda-feira,
com 11 pontos de média no Ibope (na Grande São Paulo).

A idéia é boa e louvável a iniciativa de montar
um elenco com a maioria de atores negros. Afinal, o gueto é
a periferia, na qual grande parte dos moradores é negra.
É para esse gueto que Ricardo (Netinho) retorna como professor
da escola pública que freqüentou como aluno. É
o anjo disciplinador que volta para dar exemplo, colocar os adolescentes
no caminho do bem. Relevante também é o fato da série
ousar na abordagem das relações na selva do gueto.
As cenas são fortes, perseguem o realismo das ?Cidades? (filme
e série) – a maconha no banheiro da escola, a violenta disputa
entre gangues, assassinatos -, mas o resultado não é
bom.
As boas intenções não redimem a produção
de seus pecados. O primeiro problema da Turma é de interpretação.
O resultado do trabalho de atores inexperientes tem todas as chances
de ser ruim. Mas, quando ainda por cima esses artistas são
mal dirigidos, é uma catástrofe. Netinho não
é ator, mas sua falta de técnica não ficaria
tão evidente se tivesse elenco de apoio mais traquejado,
o que não é o caso. Para dar certo como atriz, Sandy
foi cercada por uma trupe de atores que tinham mais tempo de carreira
do que a cantora de idade.
Os diálogos são toscos e mal articulados. Até
a inovação, de escalar um personagem (o de Afro-X)
para comunicar-se por meio do rap, é desperdiçada
por causa da atuação e da falta de alinhavo de seu
texto ao enredo.
Os conflitos carregam no tom de dramalhão mexicano. As cenas
da morte do jovem e de seu sepultamento, com a participação
da cantora Simony, tiveram a dramaticidade de uma peça colegial.

Não é fácil fazer ficção para
a TV. E, como é senso comum, só se aprende a fazer
TV fazendo. Por isso, é provável que a série
venha a crescer – do ponto de vista dramático e de acabamento
técnico – , surpreendendo o telespectador mais exigente.

É bom reforçar: o fato de apostar em uma série
que tem a gente da periferia como protagonista é alentador.
Só falta fazer direito."

"O Senhor é pastor, tudo lhes faltará",
copyright No Mínimo (www.nominimo.com.br), 10/11/02
"O bicho está pegando na periferia da Rede
Record. Foram três mortos, dois com tiros na testa, outro
com uma facada nos pulmões, só no primeiro episódio
de Turma do Gueto. O horror, tá ligado? É uma série
étnica, como as americanas, só que aqui, a se julgar
também por Cidade dos Homens, exibida pela Globo no mês
passado e rodada nos morros cariocas, ainda não dá
para se falar de negros sem que pipoquem azeitonas, tirambaços
e outros arrebites. Não se discute o racismo, o preconceito
social. O papo é a violência. São todos traficantes
ou alvos da ira dos traficantes ou ingênuos demais diante
da avidez dos traficantes. A culpa, ainda não deu para entender
direito, parece que é do Alckmin. ?Não existe mau
elemento?, filosofava o professor Ricardo (Netinho de Paula) na
estréia da Turma do Gueto. ?Existe é gente maltratada
e sem oportunidade na vida.? Na série da Globo não
havia lição de moral, rolava inclusive um riso cínico
diante da confusão reinante na favela. Era cada um por si
e o trabuco contra todos. Na Record, bancada pelos pastores que
chutam santas de barro, o clima é de drama pungente e fábula
moral. Já está previsto que um dos personagens, cansado
de bater na porta da Secretaria de Segurança, tentará
a providência divina. Vai à igreja evangélica
para resolver as paradas. Pode ser que na vida real o pacto do PT
com os empresários ajude. Na Record só pacto com Jesus
salva.
Turma do Gueto está cheia de boas intenções
e gente boníssima, mas, já que estamos falando da
Bíblia, parece que, no andar de baixo, o inferno também
está cheio desse tipo de abnegados. O programa de estréia
foi ruim. Era engraçado nos momentos dramáticos, como
o exagero kitsch na morte do menor esfaqueado, com o irmão
espumando saliva e dirigindo gritos de dor a uma câmera que
parecia plantada no céu. Reclama-se que não há
Deus nas novelas da Globo. Nas novelas do SBT e Record Ele existe.
Vê tudo. Mas, pelas lágrimas descabeladas com que os
fiéis se dirigem a Ele, trata-se de um mexicano bem canastrão.
Os atores, seguindo a moda inventada pelo filme Cidade de Deus,
são amadores, recolhidos em escolas de teatro da periferia
paulista – mas os do Rio, pescados no projeto Nós do Morro,
no Vidigal, são bem melhores. Quando deve ser engraçada
Turma do Gueto é dramática. O ex-presidiário
Afro-X e sua mulher, Simony, como se fossem Tarcísio e Gloria
Meneses depois de um chapa o coco, movimentam-se com a arte e graça
que deviam ter ao estartarem seu processo amoroso, tempos atrás,
no Carandiru. Ele, rapper que é, só fala em versos.
Ela, ex-Balão Mágico que foi, só aos pulinhos.
Aos espectadores, já que estamos falando de música,
só resta uma das antigas, de Billy Blanco: o que dá
pra rir dá pra chorar. E vice-versa, versículo todos.

Turma do Gueto quer contar a história dos excluídos
sociais a partir de uma escola pública noturna chamada Quilombo
– mas pode me chamar de ?inferninho?, segundo um professor de Química
estressadíssimo, meio Helio de la Peña imitando Sidney
Poitier, que chega lá todo dia depois de dar aulas em outras
duas escolas. A estudantada, os professores, está todo mudo
cansado depois de um dia de trabalho, ninguém tem cabeça
para estudar coisa alguma e alguns correm para o banheiro, que vira
uma pista livre de embarque no ?teco-teco? de maconha. São
quase todos pretos, escravos do medo e da violência. O professor
Ricardo, que estudou ali na adolescência, reaparece como professor
de Português dez anos depois. Estava em Porto Alegre, mas
nem parece. Sua desinformação sobre a barra pesada
é de quem morava no terceiro anel de Saturno. Jovens armados?
Maconhados? ?O que aconteceu??, pergunta, como se ainda estivesse
no quadro das Cinderelas pobres que faz no seu programa de domingo,
ao ser apresentado à atual fauna dos bancos escolares. O
professor Ricardo faz a chamada e todos os assuntos que interessam
no momento respondem ?presente?, mas, na Record, quando a ingenuidade,
o amadorismo e o evangelho se dão as mãos para falar
de violência, a primeira vítima costuma ser o espectador
da série. O texto, a interpretação, o cenário,
tudo soa falso. A edição é aos solavancos.
Jogam uma fumaça de gelo seco na noite da periferia, tentando
emular algum Tarantino. O que aparece no vídeo, no entanto,
remete ao terror brega de Zé do Caixão.
Se tivesse sido apresentado antes de Cidade dos Homens, o simpático
projeto da Turma do Gueto, com seus rappers, sua miséria
social, seus traficantes boçais, sua gente abandonada, seus
atores não formados no Tablado, sua fala original e sua pele,
poderia ser um pequeno escândalo pelo ineditismo da pauta.
Onde já se viu a palavra ?merda? cuspida na tela da Record?
No ar, exatamente duas semanas depois da série global ter
dado um recado de qualidade profissional e conhecimento social do
mesmo problema, a Turma deixa a impressão de que não
só chegou atrasada artisticamente como errou no tom. Há
canastrões demais em cena. Foi hilariante, quando se queria
dramática, a cena do Compadre Washington, do Tchan, interpretando,
apenas com a expressividade do cocuruto atrás da porta, o
papel de bêbado e espancador da mulher. Há messianismo
demais nas intenções. Nos próximos capítulos
a Turma vai querer tirar os jovens da droga e plantar a sementinha
do amor no coração de cada um. Já na estréia
conseguiu encaixar um funeral protestante em que o líder
da igreja local encomenda um corpo abrindo longo salmo com o inevitável
?O Senhor é meu pastor e nada me faltará?. Mentira.
Pode parecer blasfêmia de um pecador, mas por enquanto – o
Lula promete resolver a falta do arroz e feijão – está
faltando talento."

ENTREVISTA RATINHO
"Ele modera o ritmo, mas não perde o tom",
copyright O Estado de S. Paulo, 10/11/02
"No lugar de um questionável assistencialismo,
apresentações circenses. As perseguições
policiais deram espaço aos vários testes de DNA. O
programa de Ratinho no SBT mudou, mas ele garante que é o
mesmo. Dono de um carisma que ele assume ser a chave de seu sucesso,
Carlos Massa continua desbocado, abusado, imprudente e dono de um
poder de comunicação assustador.
No comando de um programa diário, o apresentador pode ganhar
mais uma atração no SBT, aos sábados. Também
está reativando sua produtora, a Massa Produções,
que, depois de lançar um programa sem sucesso, no início
do ano, voltará à ativa com uma atração
rural no SBT. Em entrevista ao Estado, Ratinho fala sobre o apoio
à candidatura do filho, Carlos Massa Jr., conta que o presidente
eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, já comeu até
rabada em sua casa, e adianta que fará empreendimentos na
área de cinema, mas sem se identificar: acha que o público
das classes média e alta não verão o filme,
se souberem que ele está envolvido no negócio.
Estado – O que aconteceu com seu projeto de produção
independente, a Massa Produções?
Ratinho – Chegamos a lançar no SBT o Meu Brasil, Brasileiro,
mas o Departamento Comercial não vendeu os espaços
para manter o programa e me atrapalhava quando eu tentava vender.
Para não perder mais dinheiro, tirei a atração
do ar. Também cometi uma série de erros, coisa de
quem está começando.
Estado – Você fechou a produtora?
Ratinho – Não, apenas diminuí o pessoal, deixei de
alugar o prédio (antigo endereço da Globo na Praça
Marechal Deodoro). A produtora continua administrando as rádios
que tenho no sul e parte do meu programa.
Estado – Tem algum novo projeto?
Ratinho – Nosso próximo projeto é o SBT Rural, que
deve estrear em janeiro. É parecido com o Globo Rural. É
um programa para ajudar o homem do campo. Coisas como explicar para
o camarada que, se ele tem 10 alqueires de terra, é mais
fácil ganhar dinheiro cultivando alface. Vai ser diário,
das 6h40 às 7h10. Não tem apresentador definido ainda.

Estado – O SBT já comprou idéia?
Ratinho – Já aprovaram e já temos alguns patrocinadores
– o cascalho (dinheiro) (risos). Existe uma quantidade de dinheiro
reservada muito grande para essa área de agronegócios.

Estado – Você não tem vontade de apresentar outro programa?

Ratinho – Não agora. Acho que meu programa é uma mistura
de tudo. Enquanto ele estiver dando resultado, eu continuo. No futuro,
gostaria de apresentar um programa de música sertaneja, mas
não essas tranqueiras de country. Temos de incentivar nossa
cultura. Acho um absurdo incentivarmos Halloween e a criançada
nem saber o que é Bumba- meu- boi.
Estado – Mas há outra idéia para você no SBT?

Ratinho – Andaram me sondando para apresentar um programa aos sábados,
mas não sei se vou topar. Tem de ser uma coisa gravada e
curta, com 1 hora, 1h30. Mas quero continuar nessa linha de variedades,
de shows, sou um palhaço.
Estado – E seu programa no SBT, vai mudar de formato?
Ratinho – Já mudamos bastante. Já paramos com aquela
história de dar cadeira de roda. Notamos que não era
isso que o telespectador queria ver. A imprensa também me
dava muita bordoada. Eu não ligo, mas o meu patrocinador
fica incomodado. O programa agora tem mais cara de circo.
Estado – Você pensa em fazer dramaturgia na sua produtora?

Ratinho – Tenho vontade de entrar no negócio de produção
de filme. Não atuando, é claro. Para gravar um comercial,
acabo cobrando caro para ninguém me chamar (risos). Quero
ser produtor-executivo. Mas tem de ter roteiro bom. Sou exigente,
quero final feliz. Não entendo por que tudo o que é
filme brasileiro tem de ter final triste. Cidade de Deus deu certo
porque quem está contando a história é o herói,
é o fotógrafo, e ele termina bem.
Estado – Você pensa em bancar um filme sozinho?
Ratinho – Sozinho não. Penso em parcerias, já andei
conversando com o Gugu. Só não me meti nisso ainda
porque acho que, a partir do momento que descobrirem que o filme
é meu, as pessoas não vão querer ver. Tenho
uma rejeição muito forte na classe média e
na classe alta. Não sou bobo, tenho pesquisas que me mostram.
Vou entrar nesse negócio de filmes, mas não vou aparecer.
Isso é um empreendimento, não sou bonzinho e quero
brincar de fazer filmes. É para ganhar dinheiro mesmo.
Estado – Quer ter uma concessão de TV?
Ratinho – Nem pensar. Tenho 46 anos e quero viver mais 40. Não
quero brigar com diretor. Tudo que está na minha mão,
eu cuido, quando não vai bem, a culpa é só
minha. Agora, não vou esquentar a cabeça pelos erros
dos outros, não quero ficar me matando por causa da audiência
dos outros.
Estado – E entrar na política de novo?
Ratinho – Eu não, tô fora.
Estado – Mas seu filho se elegeu deputado estadual no Sul com seu
apoio.
Ratinho – Não queria que ele se metesse nisso, foi uma desobediência
dele. Avisei que era fria, para ele continuar como radialista. Mas
ele não me ouviu. Pensei então que deveria ajudá-lo.
Sei que minha popularidade o ajudou muito. Paguei toda a campanha
sozinho, não peguei dinheiro de empresário, nem dele.

Estado – Não há uma cobrança do SBT para você
voltar a ser mais agressivo no ar?
Ratinho – O SBT quer resultado, se eu puder dar resultado sem apelar,
eles acham melhor. Carisma eu sei que tenho, e carisma é
uma coisa engraçada, ou você nasce, ou não tem
jeito. Veja só o José Serra. Todos os debates deram
poucos pontos de audiência. A entrevista do Serra no meu programa
manteve a audiência em 17 pontos. A mesma média de
sempre. Foi uma entrevista boa para nós dois.
Estado – Você chegou a convidar o Lula?
Ratinho – Eu o convidei, ele é que não veio. Até
porque o Lula é muito mais meu amigo que o Serra, já
foi na minha casa comer rabada, tomar cachaça. Eu, se fosse
o Lula, também não iria ao meu programa. Com tantos
pontos de vantagens ia lá fazer o quê? Mas eu convido,
no meu programa só vai quem eu quero.
Estado – Você apresenta, dirige, manda em tudo em seu programa?

Ratinho – (risos) Não é isso. Chamo quem eu quero
e não entro nas mutretas das gravadoras. Você ajuda,
ajuda, e, quando o cara faz sucesso, não vai mais ao programa.
Acontece muito isso comigo e com o Raul Gil. Não adianta
a gravadora ligar falando que para ter o fulano no programa tem
de levar sicrano antes.O meu programa não sobrevive de música.
Para mim, tanto faz se está lá o Bruno & Marrone,
o Chitãozinho & Xororó, ou o teste de DNA. Dá
a mesma audiência.
Estado – Você pensa em renovar seu contrato milionário
(que vai até 2004) com o SBT?
Ratinho – Se eles me quiserem aqui, eu fico. Gosto muito do SBT.
Se não, vou amarrar meu burro em outro lugar. Não
volto para a Record. Aqueles bispos não gostam de mim. Também
não vou para a Globo. Eles vão querer que eu mude,
me deixar engomadinho, no formatinho deles, e isso eu não
topo. Sou assim e pronto."

FOGUEIRA DAS VAIDADES / TV GLOBO
"Hoje com quem?", copyright UOL (www.uol.com.br),
11/11/02
"Na semana passada, Ana Paula Padrão foi
à África gravar algumas reportagens, e William Waack
foi escalado para substituí-la na apresentação
do ?Jornal da Globo?. Até aí, tudo bem, mas quem estava
na redação jornalismo da TV Globo em São Paulo
na segunda-feira passada presenciou um animado ?barraco? por causa
da vinheta de abertura, que normalmente anuncia ? ‘Jornal da Globo’,
com Ana Paula Padrão?. William Waack teria pedido que fosse
gravada uma nova vinheta anunciando ? ‘Jornal da Globo’, com William
Waack?, mas ficou sabendo que Ana Paula, a titular da bancada do
programa havia deixado ordens explícitas para que não
fosse mudada a vinheta, que seria apenas suprimida durante sua ausência.
Acontece que a questão acabou gerando uma acalorada discussão
entre a diretora do programa e o apresentador substituto que só
teria terminado com a intervenção de Carlos Henrique
Schroeder, o diretor da Central Globo de Jornalismo, que ao ser
consultado determinou que fosse gravada uma vinheta anunciando ?
‘Jornal da Globo’, hoje com William Waack?. Ao tomar conhecimento
desse imbróglio todo, Ana Paula teria ficado irada e dito
que se essa vinheta fosse ao ar, ela não voltaria à
bancada do programa. Vamos ver o que acontece hoje à noite,
já que a vinheta com o nome do jornalista foi ao ar em todas
as cinco edições do telejornal na semana passada,
com direito a reprise no canal Globo News…
Esta não é a primeira vez que a apresentadora tenta
ofuscar o trabalho de William Waack. No final do ano passado, quando
William já estava escalado para ir ao Afeganistão
cobrir a caçada a Osama Bin Laden pelas tropas americanas
e britânicas, Ana Paula, que estava de férias, voou
para Istambul e ligou de lá para a emissora se oferecendo
para ir ao front alegando que seria mais barato e rápido
enviar alguém que já estava lá pertinho ao
invés de mandar alguém daqui do Brasil. Ela atravessou
a negociação entre o jornalista e a direção
da Globo e acabou indo para o Afeganistão no lugar dele."