LEITOR vs. FSP
"Cartas publidadas no Painel do Leitor", copyright Folha de S. Paulo
"10/11/02 – Quarentena
?No mínimo estranho o procedimento do governo federal de autorizar o sr. Pedro Parente a assumir cargo no grupo RBS. Qual o critério utilizado para definir o que seria uso de informações privilegiadas? Caso a notícia venha a se confirmar, estará aberto o precedente, perigoso, para que ocorram outros casos semelhantes, como o atual presidente do Banco Central, Armínio Fraga, ao sair do governo, ser contratado, hipoteticamente, como conselheiro de uma empresa de aviação.? Floro Sant’ana de Andrade Neto (Maceió, AL)
Imagem presidencial
?Uma pergunta aos jornalistas que têm se mostrado tão ciosos da liturgia do cargo de presidente, cobrada ao Lula: o jantar oferecido pelo presidente Fernando Henrique Cardoso, bancado com o meu, o seu, o nosso dinheiro, para pedir contribuições a uma ONG que ele talvez crie em 2003, está de acordo com os padrões litúrgicos?? Nira de Castilho (Rio de Janeiro, RJ)
Realizações petistas
?A Folha tem se posicionado nos últimos tempos totalmente contra
o PT. E tudo indica que fará uma oposição forte
no governo Lula. Uma prova disso são as cartas publicadas no
?Painel do Leitor?. Estou cansado de mandar cartas para esta coluna,
e nenhuma foi publicada até agora, porque normalmente comentam
as boas ações dos governos petistas. Sei que vocês
não publicarão esta carta, mas que pelo menos façam
uma oposição responsável ao governo Lula.? Ricardo
L. Carmo (São Paulo, SP)
9/11/02 ? Rede Globo
?Totalmente equivocada a nota publicada pelo colunista Daniel Castro [?Outro Canal?, nota ?Aperto?, pág. E8, edição de ontem?. O colunista afirma que ?na tentativa de reduzir gastos com seu elenco estelar, a Globo está propondo a artistas que fazem shows e teatro o pagamento de parte do salário com a veiculação de comerciais de seus espetáculos?. Gostaríamos de informar ao colunista que, se tivesse ouvido a TV Globo para confirmar a informação, teria tido a oportunidade de saber que &eeacute; uma prática comum e usual na emissora apoiar projetos de teatro e música, bem como vários projetos sociais. O objetivo é ceder gratuitamente espaço de mídia como forma de apoiar as manifestações culturais e projetos sociais de nosso país. Esse tipo de apoio não tem nenhuma relação com práticas comerciais nem muito menos serve como moeda de negociação. É um serviço que a emissora presta por acreditar ser fundamental o estímulo à cultura nacional e à responsabilidade social.? Luis Erlanger, Central Globo de Comunicação (Rio de Janeiro, RJ)
A Folha e o PT
?Concordo com o leitor Alceu Bravo (?Painel do Leitor?, pág. A3, nota ?Isenção?, edição de ontem). A própria Folha tratou de fazer levantamentos sobre a sua conduta na cobertura das eleições e também sobre a de outros jornais. O fato é que a isenção buscada, apesar de teoricamente fácil para jornalistas experientes, é difícil na prática por um simples motivo: todo jornalista é petista, salvo poucas exceções. Daí o ?clima? percebido pelos leitores.? Thomaz Figueiredo Magalhães Neto (São Paulo, SP)
?É impressão minha ou a Folha tem se pautado em macular a imagem do PT, de seus integrantes e do presidente eleito? Não seria má-fé a notícia em primeira página do dia 6/11 sobre o possível ?calote?, que não era calote, da dívida de São Paulo, sem busca de explicações prévias, que só apareceram na edição seguinte? Teremos quatro anos assim?? Andréa Moura S.Aguiar (Belo Horizonte, MG)
Língua e caricatura
?Permito-me fazer os seguintes comentários sobre a caricatura
do sr. Antônio Palocci (Brasil, pág. A4, 3/11). Nos balões
que acompanham o desenho, expõe-se ao ridículo uma deficiência
do político (troca de consoantes, o que indica um problema
de fala). Como pai de um deficiente, acredito que foi de profundo
mau gosto usar como material de humor esse problema de fala, sobre
o qual o sr. Palocci não tem quase nenhum controle. Esse recurso
é algo pouco recomendável até do ponto de vista
da ética jornalística. Creio que o mais alto dos valores
seja o respeito ao próximo.? Antônio Carlos Chaves Cabral
(São Paulo, SP)
6/11/02 ? Isenção
?Aprecio o levantamento feito pela Folha para avaliar o grau de isenção
da cobertura da campanha eleitoral. Acredito na utilização
de métricas objetivas para avaliar e para acompanhar processos
e fenômenos. Mas não basta medir, é preciso também
analisar, avaliar e reconhecer o que os números expressam.
Os números apresentados na edição de 25/10 (Eleições
2002, pág. Especial 12) evidenciam que a cobertura favoreceu
Lula, confirmando a percepção que tive com a leitura
diária do jornal.? Alceu Bravo (São Paulo, SP)
6/11/02 – Febem
?A Folha, por meio da repórter Gabriela Athias, prestou um grande desserviço ao jornalismo no último sábado ao publicar de forma mais que imprecisa a reportagem ?OEA vai investigar denúncias contra Febem? (Cotidiano, pág.C1). Em nenhum momento o leitor da Folha foi informado de que as visitas que serviram de base para o relatório da OEA foram feitas em 1999 e em 2000. A repórter, para tentar ?esquentar? a notícia, foi incapaz, por exemplo, de dizer que a maior parte das visitas foi feita em locais que já foram desativados, como são os casos de Parelheiros, Pinheiros e Santo André e do Centro de Observação Criminológica. É preciso deixar claro que, desde então, a Febem tem passado por um profundo processo de transformação -com a construção de unidades pequenas, descentralizadas e regionalizadas, conforme determina o ECA. Além disso, foi implementada uma grande gama de atividades profissionalizantes, culturais e esportivas. Hoje, todos os jovens internados estudam e ficam ocupados durante todo o período, ou seja, da hora em que acordam até a hora em que vão dormir. O resultado disso tudo é que o número de rebeliões, que chegou a 52 quando da última visita da OEA em 2000, caiu para apenas um neste ano.? Vanderlei França, da assessoria de imprensa da Febem-SP (São Paulo, SP)
Resposta da jornalista Gabriela Athias – As informações que constam da carta foram publicadas no texto ?Fundação afirma que já foram feitas mudanças?, que acompanhou a reportagem. A Comissão Interamericana de Direitos Humanos da OEA só decidiu investigar a Febem no dia 21/10. A comissão rejeitou as alegações de que os maus-tratos já haviam sido resolvidos