WASHINGTON POST
Recentemente o Washington Post publicou, com exclusividade, reportagens de capa sobre os misteriosos fuzilamentos que vinham amedrontando a população da capital americana há algum tempo nas quais era revelado que John Lee Malvo, de 17 anos, preso como suspeito, admitira a policiais, sem a presença de advogado, que teria pessoalmente matado algumas das vítimas. Essa informação veio de fontes na polícia que não quiseram se identificar.
O advogado de defesa e o promotor encarregado do caso ficaram irritados com o vazamento da informação, pois poderia atrapalhar o julgamento. Não seria ainda a hora de divulgar dados que certamente viriam à tona no decorrer dos depoimentos oficiais.
O ombudsman do Post, Michael Getler, em sua coluna de 17/11/02, conta que conversou com o editor-executivo do jornal, Leonard Downie Jr., sobre se teria sido mais correto não publicar as matérias, resguardando o garoto. Downie opinou que a função do jornal é noticiar as informações que colhe, independente da circunstância em que as recebe, contanto que a fonte seja de confiança. Getler concorda que se alguém tinha que ter mantido segredo, esse alguém eram as autoridades. Contudo, ressalva que deveria ter sido explorada melhor nas reportagens a motivação dos informantes para deixarem vazar a confissão e em que condições isso foi feito, pois possivelmente alguém pode estar tirando proveito da publicação da notícia.