Monday, 25 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Morte de terrorista ganha destaque em sítios nos EUA

Grande parte dos sítios de notícias americanos, assim como os jornais impressos, raramente exibe fotografias de corpos de soldados ou civis mortos em conflitos no Iraque. Exceção foi aberta para a morte do terrorista da al-Qaeda Musab Abu al-Zarqawi – considerado uma espécie de troféu na guerra dos EUA contra o terror.


A maioria dos sítios dos principais jornais do país, como o New York Times, o USA Today e o Chicago Tribune, estampou com destaque grandes imagens do rosto de Zarqawi, morto em um ataque aéreo americano na quarta-feira (7/6). Alguns mostraram imagens da cabeça do cadáver tiradas de um vídeo; outros exibiram a mesma foto apresentada em uma coletiva de imprensa em Washington. Os ângulos variavam, mas é inegável que a cabeça do terrorista morto foi a grande imagem de quinta-feira nos EUA.


As galerias de foto dos sítios traziam também, além das imagens do cadáver, algumas do ataque aéreo, da celebração de iraquianos, de coletivas de imprensa sobre o tema e imagens de arquivo da ‘carreira’ do líder da al-Qaeda no Iraque, incluindo cenas de reféns americanos. O Washington Post colocou um alerta de possíveis imagens chocantes.


Alguns jornais, como o San Francisco Chronicle, preferiram pegar leve em seus sítios, mantendo as imagens sobre a morte do terrorista apenas em links para galerias, e não em suas páginas principais. Já o Christian Science Monitor preferiu estampar fotos apenas dos iraquianos celebrando. O Los Angeles Times surpreendeu por não exibir nenhuma imagem de Zarqawi ilustrando a notícia. Em contraste, o NYTimes mostrou imagens do corpo do terrorista durante todo o dia.


No Iraque, a publicação de fotos de terroristas mortos é algo encorajado, para provar a quem duvida que a morte realmente aconteceu. O mesmo foi feito quando os filhos de Saddam Hussein, Uday e Qusay, foram assassinados durante um tiroteio em Bagdá, em julho de 2003. Informações da Editor & Publisher [8/6/06].


ABC fura concorrentes


A ABC News foi a primeira emissora americana a noticiar a morte de Zarqawi, na madrugada de quarta para quinta-feira. Graças a uma dica recebida por telefone pela correspondente da Casa Branca Martha Raddatz, que estava de férias, o canal confirmou a morte do terrorista às 2:38 da manhã. A notícia foi dada pela rival NBC News às 3:16, e pela CBS News às 3:40. A ABC News também passou à frente da CNN, Fox News e MSNBC.


Apesar das férias, Martha, que em novembro foi promovida a correspondente-chefe da sede do governo americano, estava na sucursal da emissora em Washington até às 2:00 da manhã. Quinze minutos depois, quando havia pegado no sono, o telefone de sua casa tocou. A jornalista, que atribuiu a informação a uma fonte militar, ligou imediatamente para uma linha de telefone especial que alerta todos os escritórios da ABC News sobre notícias de última hora.


Martha esteve 10 vezes no Iraque, pois cobria o Pentágono e a National Public Radio. Ela diz que, mesmo tendo mudado sua área de cobertura, sempre manteve contato com suas antigas fontes no Pentágono. O presidente da ABC News, David Westin, enviou um e-mail à equipe da emissora afirmando que Martha ‘provou mais uma vez a profunda diferença que uma excelente reportagem pode fazer’. Informações da Associated Press [9/6/06].