LISURA E OUSADIA
A matéria que o Wall Street Journal distribuiu aos afiliados da sua rede na quarta-feira (5/2) é surpreendente (O Estado de S.Paulo, pág. B9): "NY Times parte agressivo para a expansão".
Surpreendente por três motivos:
** O WSJ é o concorrente direto do NYT não apenas na área de Nova York mas nos principais centros do país. E, não obstante, soube oferecer uma matéria muito positiva sobre a arrancada do rival. O próprio WSJ fica numa posição secundária.
** Como o WSJ é o principal jornal de negócios dos EUA, espécie de bíblia para o mundo financeiro e publicitário, qualquer infração nesta matéria sobre o concorrente comprometeria gravemente a sua credibilidade.
** Surpreendente também pelo teor: num dos mais dramáticos momentos da história da mídia internacional, o New York Times não cruza os braços e parte para uma agressiva política de valorização da centenária marca.
Quando a mídia brasileira não consegue sequer apresentar uma cobertura balanceada sobre a questão da internet gratuita, o conservador WSJ dá uma lição de probidade informativa.
E, no momento em que nossos empresários de mídia mostram-se cabisbaixos, incapazes de qualquer aposta inovadora, a ousadia do New York Times mostra que nem tudo está perdido.