Monday, 25 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Justiça à prova

MOÇAMBIQUE

Seis pessoas foram condenadas pelo assassinato do repórter investigativo Carlos Cardoso, em novembro de 2000, no Moçambique. Aníbal dos Santos, líder do grupo, recebeu pena de 29 anos e seis meses e seus cinco comparsas ficaram com 23 anos e seis meses cada. Conhecido como Anibalzinho, o principal responsável pelo crime havia fugido da cadeia e foi capturado na África do Sul, de onde deve ser extraditado. Ele afirmou à justiça sul-africana que voltaria voluntariamente.

Cardoso investigava o envolvimento de uma das famílias moçambicanas mais importantes em um escândalo bancário. O julgamento pela sua morte, que teve transmissão ao vivo pela TV, foi evento de grande importância no país. Quando a sentença era lida no tribunal, as ruas da capital Maputo estavam desertas.

Durante o processo, os acusados apresentaram um cheque assinado pelo filho do presidente Joaquim Chissano, que teria sido o pagamento pela execução. Nyimpine Chissano nega que tenha ligação com o caso e diz que o cheque pode ter sido usado como caução em algum negócio. Como informa a BBC News [31/1/03], o próximo passo no processo seria averiguar qual o envolvimento de Nyimpine, o que coloca à prova a independência da justiça moçambicana.