Sunday, 24 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Tristezas de jornalista

Jornalista! Triste por quê?

É o diploma? No lixo? É isso? É a brutaria, a sufocar tua fascinante bagagem de emoção? O esganar da vocação? É essa a tristeza? Alguém obrigar você a calar as dores desse mundão?

(Olha o tamanho desse mundão.)

Quem é você? Você é jornalista? A partir de hoje, você não é nada! (Nos dizem agora.)

É árido o campo (em Brasília) para as grandes discussões? (De espírito e inteligência?)

Ai de vós, jornalista! Ai de vós, imprensa! Ai de vós, povão! Pátria amada, ai de vós! (Os de cima, os bússola da pátria, riem de quê?)

Agora, usurpam o poder, o tal da livre expressão. Da Informação. Relação de dominação sobre as pessoas. Como na escravidão. Agora, jornalista é quem manda o patrão. (Imposição de visão do mundo. Patologia cabocla da comunicação.) Pode ser até que lhes custe a eleição. Ótimo. Para a nossa confraria, isso é bom.

Jornalista! Ouça o que a eles vai custar caro: notórios erros, grosserias jornalísticas são cometidos por quem não passa pela escola. (Essa é do Príncipe dos Jornalistas, o Dines. Ele é o dono deste blogão.) [N. da R.: Este Observatório não tem donos.]

Supremo no meio do caminho

Então, adeus, compromissos com a ética, a moral, a verdade, a causa pública. (Inclusive, varreram a lei! É terra arrasada! Na latrina, o incômodo direito de resposta!) Ainda agora é a Inconfidência. É a derrama. (Jussárica, da pobreza de espírito). Ainda.

Tomaram o violino (o poder) com a mão esquerda. (Disse o consultor político.) E tocam com a direita. Direita, volver! Ou esquerda? (Nada, nada, ambas fazem faltar o ar da liberdade.)

Jornalista! Há um Supremo no meio do teu luminoso caminho. No meio do teu luminoso caminho, há um Supremo. ‘Ainda mesmo de pulsos arrochados, desafio desgraças sanguinosas, mordo os ferros, altivo ranjo os dentes, desafio o tirano mais potente.’ (Do maior jornalista que o Brasil já teve, o baiano Cipriano José Barata de Almeida.)

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Jornalista, São Paulo, SP