DIPLOMA EM XEQUE
Felipe Lemos (*)
Com ou sem diploma, uma missão. Com ou sem liminar, a responsabilidade de formar e informar. Em tempos de grande preocupação com o profissionalismo ? e é certo que assim seja ? nada melhor do que o jornalista investigar o que é ser jornalista; profissional de comunicação.
Sai de casa com uma pauta na cabeça, ou à procura de uma, ou ao encontro de uma pré-pronta. Começa a rotina que não é rotineira. É dinamismo puro. É ecletismo. É jogo de cintura. Sai então para a rua ou vai para o telefone e começa a perscrutar, inquirir, comparar, deduzir, raciocinar. Ouve muitos, fala pouco e pensa muitíssimo. Escreve, grava, checa informações, passa boletim, faz passagem, enfim, difunde o que se denomina notícia.
Teoriza-se tanto a respeito dos estilos e modos de escrever, falar e mostrar imagens, porém pouco sobre quem é o jornalista. E nos esquecemos que é um ser humano. E um ser humano carente de compreensão, mas com a responsabilidade de compreender e respeitar. Tem direitos e deveres básicos, comuns aos simples mortais.
Canudo e humildade
Alguns denominam isso de ética.
O saudoso Cláudio Abramo disse que a ética do jornalista é a mesma do marceneiro. Ou seja, a ética de qualquer profissional. Nunca foi outorgado ao jornalista o poder de se colocar acima do bem ou do mal e de tudo e de todos. Ele é que inventa esta condição e acredita nela. Os que sofrem com a irresponsabilidade e a desumanização do jornalismo não acreditam neste princípio (se é que podemos chamar de princípio).
Ter diploma acadêmico é essencial para quem almeja ser profissional. Todavia o jornalista vai além do "canudo". É formado por e para uma vida pautada por uma matéria muita antiga chamada humildade.
Portanto, missão: jornalista.
(*) Jornalista em Florianópolis