O futuro da BBC está na internet, sentencia o diretor-geral da rede britânica, Mark Thompson. Em entrevista a Robin Millard [AFP, 11/6/06], ele revela que quer aproveitar ao máximo a tecnologia para tornar uma das mais conhecidas companhias de televisão e rádio do mundo em uma marca de mídia global.
Embora faça questão de enfatizar que o futuro global da empresa de 84 anos está na internet, Thompson alerta que, para tal, a BBC tem de ser globalmente relevante. ‘Eu acho que o desafio mais difícil é conseguir ter relevância global em um mundo com muitas diferenças de valores e perspectivas’, afirma.
Audiência global
A BBC é financiada, em grande parte, pela taxa paga por moradores do Reino Unido que possuem aparelho de TV, mas já atinge 250 milhões de pessoas em todo o mundo. ‘Eu acredito que nós somos uma das poucas e talvez a única marca de mídia da Europa que poderia se tornar uma marca de mídia consumida globalmente’, afirma Thompson. ‘Fomos criados nos anos 20 como um serviço doméstico de rádio, mas a idéia de que tínhamos potencial global já existia desde o começo. Agora, temos os meios tecnológicos para fazê-lo’, diz.
O objetivo não é ser um meio de comunicação dominante globalmente, mas sim estar presente em muitas partes do mundo junto com outras mídias. ‘Os programas radiofônicos do serviço internacional da BBC são transmitidos em 33 idiomas e têm um alcance de 163 milhões de ouvintes por semana em todo o mundo. Já o BBC World é um canal de televisão internacional comercial que pode ser visto em 270 milhões de lares em mais de 200 países. O BBC News é o sexto sítio de notícias mais acessado no mundo’, enumera Thompson.
Mídias híbridas
A BBC foi a primeira emissora a fechar negócio com produtores independentes sobre os direitos de programas televisivos transmitidos na internet e em celulares. O acordo permite que o público tenha acesso à programação em outras plataformas, possibilitando ver episódios que perderam na televisão. ‘Veremos tecnologias híbridas. A entrega multimídia de informação em várias línguas é algo em que todos deveriam investir’, opina o diretor-geral.