CAÇA ÀS BRUXAS
Nídia Maria Martins
Os artistas americanos que estão se manifestando em favor da paz ? e contra a posição do presidente George Bush de impor-se ao mundo ? sofrem pressão psicológica com o revival, nos Estados Unidos, da onda macartista que a turma da Casa Branca anda promovendo.
Mais uma onda onde a democracia americana está em risco, ameaçada pela insanidade mental de Bush. Esse homem é o homem que disse que "o que é bom para os Estados Unidos é bom para o mundo" , quando anunciou durante uma Conferência da ONU que ia descumprir o Tratado de Kyoto, assinado por seu antecessor, Bill Clinton.
Perante 107 nações, em uma conferência da ONU, anunciou que ia desrespeitar uma decisão da entidade, subscrita por todos os países membros. Sua megalomania e sua noção de direito, seu e do outro, assustam. Sua postura totalitária faz escárnio às Nações Unidas.
Os artistas da época eram acusados de comunistas e hoje são tachados de "pouco americanos", pois Bush e sua turma se apoderaram da qualidade de "ser americano" para designar o modo de vida que apregoam.
Não sou americana, não preciso votar em democratas ou republicanos, mas não penso ser sociologicamente normal um partido e seu líder maior acharem que estão acima de tudo e todos e que são mais e melhores do que todo o mundo.
Injustamente, todos os americanos são confundidos com essa imagem de Bush, sua troupe e sua parafernália republicana, seu jeito de viver, falar e pensar que percorre o mundo pela mídia como se isso fosse ser americano. A mídia americana, além de difundir o padrão estabelecido pela Era Bush como o verdadeiro american way of life, ainda divulga pesquisas patrocinadas sabe-se lá por quem com resultados ultraduvidosos, mostrando que a maioria da opinião pública é pró-guerra. Bullshit! (ou seria Bushit?). E a grande imprensa também não vinha dando manchetes às manifestações contrárias a guerra, que foram ostensivamente contidas pelas autoridades policiais americanas, que não as encarou como manifestações democráticas.
Mas há vida pensante nos Estados Unidos e nem todos são como George Bush. A internet vem sendo a mais importante ferramenta em defesa da liberdade da informação e de sua democratização. Pelos EUA e pelo mundo, o no war viajou pela internet, rápido, em tempo real e sem censura, enquanto as TVs e jornais, quem sabe patrocinados pelos mesmos patrocinadores de Bush, divulgavam pesquisas de opinião pública quase totalmente pró-guerra.
Como meio mais eficaz de disponibilizar o conteúdo da informação a quem desejar, a internet é, por isso, o mais democrático; e há de ser porta-voz de denúncias de perseguições profissionais dos estúdios, quase todos na Costa Oeste, território republicano.
A história do Partido Republicano está ligada à Máfia (jogos ilegais, tráfico, prostituição), indústria do tabaco e à indústria armamentista, que anda exultante com a guerra anunciada.
Bush, é esse é o homem. Que patuscada!
(*) Bacharel em Letras, colunista de internet