Sunday, 24 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Bia Moraes

RIBEIRO vs. REQUIÃO

“Jornalista demitido tem idéias para um novo jornal”, copyright Comunique-se (www.comuniquese.com.br), 14/03/03

“Pedro Ribeiro, jornalista demitido do jornal O Estado do Paraná na semana passada, não pretende ficar de braços cruzados. Além de ter denunciado para o Sindicato dos Jornalistas do Paraná que sua demissão ocorreu a pedido do governador Roberto Requião (PMDB), Ribeiro pretende usar seus 27 anos de experiência para fundar um novo jornal com sede em Curitiba. E já está colocando as mãos na massa.

?Será em formato tablóide. O projeto gráfico está praticamente pronto?, explica Ribeiro, adiantando que será um jornal ?independente, que não vai viver de verbas publicitárias do governo?. Ele diz, também, que o novo jornal deverá circular em Curitiba e Região Metropolitana apenas para assinantes. ?Veja o exemplo do Correio do Povo, em Porto Alegre, que tem 250 mil assinantes. Estou pensando em algo assim. Há uma tremenda lacuna aqui em Curitiba por um diário independente, opinativo, feito por jornalistas competentes para formadores de opinião?, comenta.

De acordo com Pedro Ribeiro, o ?start? para o projeto sair do papel depende da aprovação de um grupo de empresários paranaenses, que ajudaria a bancar o lançamento do jornal. ?Estamos conversando?, despista. Mas o que mais anima o jornalista é a possibilidade de poder reunir um time de feras do jornalismo paranaense. ?Temos gente do mais alto gabarito para formar um grupo. São dezenas de nomes, muita gente boa que está por aí. Jornalistas competentes que têm história aqui no Paraná e no momento estão ou desempregados ou fazendo assessoria de imprensa?.

Nesta sexta-feira (14/03), o Sindijor-PR vai divulgar uma nota de repúdio ao cerceamento da liberdade de imprensa. Ribeiro contou que já recebeu 80 mensagens de solidariedade desde que foi desligado da redação de O Estado do Paraná, onde mantinha uma coluna diária com notas sobre política, economia e social. Ele afirma que foi demitido porque o governador não estaria satisfeito com o teor de algumas notas publicadas na coluna. A assessoria de imprensa de Roberto Requião nega o fato.”

 

JORNAIS MUNDIAIS

“O jornal preferido, impresso na hora”, copyright O Estado de S. Paulo, 14/03/03


“Para os mais aficionados, o jornal de cada dia é tão indispensável quanto uma xícara de café logo de manhã. Agora, um novo sistema promete facilitar a vida desses leitores em qualquer lugar do mundo. Por meio de um quiosque de transmissão digital via satélite que acaba de chegar ao mercado, o leitor poderá imprimir um cópia da última edição do jornal de sua cidade, de onde estiver.

A novidade, batizada de International Newspaper Kiosks, é um produto da européia PEPC Worldwide. Nos quiosques, estarão disponíveis 114 jornais de 47 países, publicados em 28 línguas. Os leitores brasileiros poderão escolher entre quatro jornais diários, inclusive O Estado de S.Paulo. Se quiserem, também poderão folhear as páginas dos principais jornais do mundo, como o francês Le Monde e o americano USA Today, entre outros.

?É uma oportunidade bem interessante, e com custo praticamente nulo, para divulgar o jornal pelo mundo ?, disse o diretor de Mercado Leitor do Estado, Antônio Hércules. ?Com essa possibilidade, brasileiros viajando têm acesso praticamente simultâneo ao jornal do dia?, acrescentou, lembrando que os exemplares do jornal podem demorar até 48 horas para chegar aos leitores de países como o Japão. ?Agora não há mais o problema da defasagem.?

Segundo a PEPC Worldwide, os quiosques serão instalados em locais de grande movimento de turistas, como saguões de hotéis, aeroportos e centros de conferências. ?Imagine acordar e tomar o café da manhã lendo uma versão impressa da edição do dia do jornal de sua escolha?, disse Rob Dorpmans, diretor-geral da empresa, cuja sede opera na Holanda.

Para requisitar o jornal no quiosque, basta selecionar as opções desejadas (continente, país, jornal) no monitor do equipamento e efetuar o pagamento.

A partir daí, a empresa promete entregar o seu jornal pronto e impresso em dois minutos. Nada de café requentado.”

 

MERCADO DE TRABALHO

“Esperança, coragem e mãos à obra (I)”, copyright Comunique-se (www.comuniquese.com.br), 9/03/03

“Esperança e coragem são o básico para que possamos superar mais esta tempestade por que passa o nosso mercado de trabalho. Sozinhas, porém, não bastam. É necessário que construamos algo usando-as como argamassa. Mas o quê? Bem, essa é o tipo de pergunta simples que é complicada à beça de se responder porque as respostas podem ser múltiplas, dependendo dos desafios a que nos propomos superar e os prazos em que precisamos obter resultados concretos. Algumas linhas básicas, em minha opinião, porém, devem ser seguidas para que possamos avançar não só na resolução dos problemas de hoje como também criação de bases sólidas para o futuro.

A primeira linha básica, do meu ponto de vista, é que, de qualquer ângulo que se olhe, as respostas não podem ser individuais. A experiência pós-Outubro Negro de 98 demonstrou, por exemplo, que partir, sem mais aquela, para a criação de assessorias do ?eu-sozinho?, ou com os amigos mais próximos, não chega a ser uma solução estruturalmente boa. Pode dar certo para um ou outro, mas, na maior parte das vezes, acaba-se voltando à estaca zero em dois ou três anos e, neste meio tempo, atrapalhando a vida de assessorias mais bem estruturadas, que já empregam muita gente e são obrigadas a diminuir seus ?fees? devido à concorrência predatória.

As soluções coletivas, porém, necessitam de canais e instituições em torno dos quais as pessoas se unam. Na minha ótica, a única instituição que existe hoje para preencher este requisito é o sindicato, pois os sindicatos são hoje, em geral, o único canal institucional pelos quais os jornalistas ainda podem se expressar. Aqui chegamos àquele ponto abordado pelo vizinho de portal Eduardo Ribeiro outro dia: a crise da representação sindical entre os jornalistas. Ela não é de agora – li outro dia depoimento do Cláudio Abramo no livro ?A regra do jogo? em que ele já falava sobre isso em meados da década de 80 -, mas diante da situação em que nos encontramos, e as negras perspectivas de futuro, creio que devemos fazer algo a respeito.

Acredito que os coleguinhas que não estão acostumados a pensar no sindicato como um aliado deveriam começar a fazê-lo. Muitos têm a visão de que o sindicato não serve para nada, e estão exagerando apenas um pouco, pois realmente a prática sindical tem deixado muito a desejar há tempos. O problema é que só constatar este fato e ficar reclamando não adianta muito também.

O que pode ser feito neste caso do mercado de trabalho? Bom, não sei bem como são organizados os sindicatos em outros estados, mas o do Município do Rio, que é um bom retrato dos outros pelo país, nunca se furtou a sediar comissões formadas com fins específicos. Exemplos recentes são as de professores de jornalismo – que pelo que soube tem andado bem – e a que acompanhou o Caso Tim Lopes.

Assim, um início de saída para a séria crise que enfrentamos é a reunião de um grupo para que se discutissem saídas estruturais a serem implementadas usando a estrutura do sindicato (fax, telefone e coisas assim) e, principalmente, os canais de articulação e o nome da instituição, que, pode parecer estranho para nós, mas ainda abre muitas portas.

Idéias que podem ser dicutidas por esta comissão? Bem, semana que vem alinhavo algumas. Até lá.

Tempos de guerra – Não, não estou me referindo a Bush e Saddam. Estou falando de nós mesmos, aqui no Rio. Como você deve lembrar, depois do assassinato de Tim Lopes houve vários tipos de reuniões, fóruns, comissões discursos e coisa e tal. No meio de todo o barulho ficou-se decidido que as empresas iriam se esforçar para dar maior segurança aos seus profissionais, providenciando cursos de sobrevivência em ambientes hostis e equipamento (especialmente roupas) para aqueles que fossem fazer matérias perigosas.

Pois bem. Nestas duas semanas de pré-guerra civil que se instalou no Rio já houve dois casos em que colegas estiveram sob fogo cruzado e, ao que consta, sem o equipamento mínimo de segurança para estas condições (capacete e colete a prova de balas). E, em pelo menos um caso, um cinejornalista ficou notoriamente na linha de fogo ao tomar posição atrás de um PM que atirava com um fuzil (isso se não foi armação para fazer uma imagem bacana e enganar a besta do telespectador).

É hora de voltarmos a discutir a segurança para quem for fazer matérias de risco. Depois que alguém for morto ou ferido gravemente não adianta vir com mais chororô, discursos e reuniões.

Conveniente – Boa a jogada a do colegão quer não quer falar dos grampos de ACM: saiu de férias.

Mais do mesmo – Mais doses de veneno paranóico, turbinadas com outras análises tresloucadas e, até, informações relevantes? Então assine o devezemquandário Coleguinhas Por Mail, mandando emeio para cpm@coleguinhas.jor.br.”