Saturday, 23 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Relatos vivos da guerra

THE WASHINGTON POST

Na coluna de 30/3/03, Michael Getler, ombudsman do Washington Post, comenta que o trabalho dos 600 correspondentes de guerra que acompanham tropas militares no Iraque será muito discutido nos próximos meses e anos. Para o ombudsman, o programa do departamento de Defesa permitiu um acesso sem precedentes a unidades de combate e uma cobertura extraordinária para os leitores.

Os relatos impressionantes dos jornalistas captaram tanto o avanço das tropas quanto as dificuldades e a resistência encontradas. A vivacidade desse tipo reportagem ? que não se vê desde o Vietnã, afirma Getler ? pode ser encontrada em matérias como a do correspondente do Post William Branigin: "incrustado" na 3?. divisão de infantaria, Branigin descreveu a exaustão física dos soldados caindo de sono no volante de muitos dos 7 mil veículos que cruzaram o deserto em cinco dias.

A convivência de jornalistas e soldados durante semanas, quem sabe meses, também terá uma outra conseqüência: a partir de agora, as empresas jornalísticas contam com um time de repórteres com conhecimento real sobre os militares. Desde que o serviço militar obrigatório acabou nos Estados Unidos, em 1973, o número de repórteres que cobrem o Exército e que serviram diminuiu drasticamente.

Getler destaca também o trabalho brilhante dos corajosos fotógrafos de guerra, em especial das agências Associated Press, Agence France-Presse e Reuters. "Seus nomes aparecem em pequenas letras embaixo das fotos, mas são eles que colocam a cabeça e a câmera para cima enquanto outros permanecem agachados para capturar e levar aos leitores momentos surpreendentes."