THE WASHINGTON POST
Durante a discussão que precedeu a invasão do Iraque, o ombudsman do Washington Post Michael Getler relata, na edição de 6/4/03, ter recebido centenas de mensagens e telefonemas de leitores contra a guerra que reclamaram da posição editorial do Post e da "falta de equilíbrio" na página de opinião. O ombudsman argumenta que sua função deve ser julgar o noticiário, não opiniões ? a expressão livre de pontos de vista; além disso, espera-se de uma página editorial que assuma uma posição. Mas as reclamações foram tantas que Fred Hiatt, editor de opinião, escreveu um longo artigo em 27/2 reconhecendo as queixas e explicando a posição do Post.
Em relação aos artigos de opinião, Getler questiona se o jornal tem o dever de procurar atingir um equilíbrio na página. Dois leitores do Post escreveram na internet que um estudo da seção nos últimos quatro meses revela que 46 articulistas se mostraram a favor da guerra e apenas 21 contra, o que evidenciaria a tendenciosidade da página.
Hiatt, no entanto, defende que a seção não deve ter a obrigação de fornecer um equilíbrio numérico, "principalmente porque um bom artigo de opinião não pode ser categorizado simplesmente como ?contra? ou ?a favor? da guerra". "Cada texto deve oferecer uma perspectiva nova", alega. "A página tem a obrigação de apresentar uma variedade de visões sobre um tópico importante como este, e acredito que fizemos isso."