Sunday, 24 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

A guerra para imigrantes

IMPRENSA DE MINORIA

De jornais hispano-americanos a programas de rádio em línguas quase obsoletas, milhões de americanos receberam notícias sobre o conflito no Iraque a partir do crescente número de canais étnicos nos EUA, geralmente mais críticos que a grande mídia do país.

Em Nova York, por exemplo, El Diario/La Prensa publicou fotografias assustadoras de soldados e jornalistas assassinados. "A guerra é uma atitude suja, feia e que tira vidas. É preciso apresentar todos os lados", afirmou Gerson Borrero, editor-chefe do diário com tiragem de 88 mil exemplares.

A mídia de idiomas diversos do inglês floresce em cidades cujas comunidades de imigrantes são expressivas, tais como Nova York, Miami e Detroit. Três anos atrás, a Associação de Imprensa Independente de Nova York listou 198 revistas e jornais de 52 grupos étnicos, publicados em 36 línguas. A maioria dos editoriais, de acordo com Sandra Marquez [AP, 15/4/03], critica a guerra iniciada pelos EUA.

No jornal La Opinion, o maior de língua espanhola em Los Angeles, o editor de editoriais, Rafael Buitrago, disse que os repórteres incorporados às tropas americanas e britânicas criaram uma solidariedade com o exército que "elimina toda a distância entre os correspondentes e os soldados."

"O que se ganha com essa proximidade é a perda da objetividade", escreveu em editorial no final de março, no estágio inicial da guerra. O tom de crítica dos editoriais do La Opinion arrefeceu com o desenrolar do conflito. Desde o começo da guerra, a circulação do jornal cresceu cerca de 5%.