Saturday, 23 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Após protesto, julgamento de jornalistas é adiado

Após o protesto de duzentas pessoas que lotaram uma corte judicial no Cairo no domingo (18/6), juízes adiaram para setembro o julgamento dos repórteres Wael el-Ibrashy e Hoda Abu Bakr, do semanário independente Sawt al-Ummah, e de Abdel Hakim el-Shamy, editor-chefe do semanário Afaq Arabiya, publicação ligada à Irmandade Muçulmana. Os jornalistas são acusados criminalmente de difamar o judiciário por terem publicado uma lista de juízes suspeitos de envolvimento em fraudes nas eleições parlamentares do ano passado, em benefício do partido governista. O advogado Gamal Tageddin, suspeito de ter vazado o documento para a imprensa, também é julgado.


O caso se transformou em um conflito entre o governo egípcio, de um lado, e jornalistas, juízes independentes e a sociedade civil, do outro. Diversas manifestações foram realizadas para pedir a independência judicial no país – segundo a qual os juízes não precisariam mais reportar suas decisões ao Ministério da Justiça. Os juízes Mahmoud Mekky e Hesham Bastawisi foram levados ao comitê disciplinar em abril por terem acusado o processo eleitoral de ‘fraudulento’. Mekky foi inocentado e Bastawisi recebeu uma reprimenda por ter feito comentários na televisão.


Os jornalistas egípcios também fazem campanha por maior liberdade, especificamente para encerrar as sentenças de custódia por publicar ofensas, como foi prometido pelo presidente Hosni Mubarak em 2004. Informações da Reuters [18/6/06].