CHINA
O governo chinês, temendo reportagens agressivas que se fizeram comuns durante a epidemia de Sars e outros escândalos recentes, fechou o jornal Beijing New Times e ordenou que todas as publicações parem de falar sobre assuntos "sensíveis".
A medida autoritária, segundo jornalistas chineses, põe fim a um período de relativa abertura à mídia noticiosa, outrora controlada a ferro e fogo. De acordo com John Pomfret [The Washington Post, 20/6/03], além de sinalizar que manterão controle sobre dissidências públicas e liberdades em geral, o presidente Hu Jintao e o premiê Wen Jiabao promoveram mudanças políticas e sociais limitadoras desde que assumiram o poder, em março.
Beijing New Times é um pequeno jornal publicado pelo Grupo Diário de Trabalhadores, uma das maiores editoras de jornal do país. Foi fechado há duas semanas, após publicar uma lista das sete "coisas mais nauseantes" na China ? uma paródia do sistema Comunista. O artigo critica o burocrático Congresso Nacional do Povo e a Conferência Consultiva do Povo Chinês, cujos integrantes "são tão velhos que já esqueceram seus nomes", segundo o texto.
A equipe editorial do Beijing New Times foi demitida. Editores e jornalistas de outras publicações disseram que o Ministério da Propaganda ordenou que parassem de reportar de maneira independente sobre diversos temas específicos, entre os quais a atitude do governo provinciano de Guangdong em relação à pneumonia asiática.