VIDA DE JORNALISTA
Cláudia Rodrigues (*)
Pautado para apurar e escrever uma matéria sobre agricultura, um jornalista especializado na área, que já publicou dois livros sobre o assunto, vai e faz a matéria. Quinze dias depois vê seu nome em cima do texto, e no segundo parágrafo lá está um implante.
O editor colocou uma frase que nada mais é do que uma patada nos sem-terra. Mais adiante, frases na boca do entrevistado que o entrevistado não disse, que o jornalista não escreveu em seu texto original.
O jornalista em questão faz o quê?
Reclama com o editor, claro. E daí?
O máximo que pode acontecer é ele ser cortado. Ao editor, à revista, à editora que contratou seu trabalho não interessa esse tipo de profissional, que não topa ter o texto "editado".
O que fazer?
A quem se queixar?
Quais os limites para a edição de um texto?
E o nome da pessoa lá em cima da matéria, usado para levar o público como gado rumo aos interesses do mercado?
Lamentável. Aconteceu, é real, e acontece todos os dias.
(*) Jornalista