Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Observer

TELETIPO

Quando Peter Kaplan soube que o sítio do New York Observer teve fluxo intenso durante todo o dia, não teve dúvidas da bolada jornalística que conseguira. Assim que publicou uma entrevista incendiária com Jayson Blair, na edição de 21/5, jornalistas de todos os cantos comentavam o furo de reportagem do pequeno mas imponente semanário. "Somos recordistas entre a elite poderosa", disse Kaplan, editor do Observer há nove anos. "Cobrimos uma pequena cidade dentro de Nova York ? pessoas da mídia, imóveis, política, alta sociedade e cultura e arte do mundo". Os 55 mil exemplares ficam restritos principalmente a Manhattan. Seus 15 repórteres e meia dúzia de editores têm 20 e poucos anos e trabalham ganhando modestamente. Os grandes carrascos do jornal são Conde Nast e New York Times. Daí a entrevista com Blair ter sido um estouro. Segundo Howard Kurtz [The Washington Post, 23/6/03], Kaplan insiste que o Observer não está longe de se tornar lucrativo, apesar de cair de três para duas seções após o 11 de setembro.

A mudança na linha editorial do canal a cabo americano de notícias financeiras CNBC parece estar fazendo algum efeito. A emissora, que teve seu auge de audiência graças à supervalorização do mercado acionário nos anos 90, vinha perdendo público com a má fase por que passa a Wall Street, uma vez que sua cobertura era focada somente nos movimentos diários das ações. Agora, no entanto, a ênfase em análises mais profundas da economia fez a audiência média do público entre 25 e 54 anos ? faixa favorita dos anunciantes – saltar de 63 mil para 85 mil no período de um ano. Informações do New York Post [24/6/03].

Jean de Belot, editor de Le Figaro, o segundo maior diário da França, está sob investigação da autoridade reguladora do mercado financeiro no país. Em 1999, quando comandava o caderno de negócios do jornal, ele teria se beneficiado irregularmente de informações confidenciais sobre a fusão da rede de supermercados Promodes com o grupo Carrefour. O editor comprou ações da Promodes antes que o negócio fosse fechado, ganhando US$ 4.479. Quando o caso veio a público, em 2000, Belot pôs seu cargo à disposição, mas Le Figaro decidiu mantê-lo. Ele admite que foi imprudente ao fazer o investimento, mas nega ter sido desonesto porque a fusão ainda não era certa quando comprou as ações. Como reporta a AP [26/6/03], escândalos éticos envolvendo jornalistas são raros na França.