REVISTAS FEMININAS
Parece chegar ao fim a era em que as mulheres se contentavam com revistas cheias de dicas de sexo e maquiagem. É a constatação a que chegaram editoras americanas e francesas, testemunhas de uma nova geração que desafia a supremacia de títulos como Cosmopolitan.
Segundo reportagem de Sam Conwy [The Financial Times, 22/7/03], a revista Psychologies pode soar como leitura de sala de espera, mas na França é o segundo título mais vendido no lustroso mercado, à frente de Elle e Cosmo, perdendo apenas para Marie-Claire. Neste ínterim, O, The Oprah Magazine, parece estar a milhões de milhas de uma revista de psicologia francesa, mas as duas têm tratado, cada uma a seu modo, de um assunto próximo ao coração feminino: bem estar.
Há dois anos, Psychologies era um título para um nicho específico, com circulação de 70 mil exemplares. A editora achou que a revista tinha potencial para atingir um mercado mais amplo e o título foi relançado. Hoje, apesar de ser mais cara que as revistas femininas em geral, tem tiragem de 300 mil cópias, atingindo mais de 1,5 milhão de leitoras. "Não fizemos muita pesquisa", admite Arnaud de Saint-Simon, diretor-geral da revista. "Foi quase intuição objetiva de que estamos vivendo em um mundo mais complexo agora".
A mudança se deu em 1998, na crista da onda de auto-ajuda e terapias alternativas. "Cada vez mais as mulheres recebiam notícias do estilo e tom das revistas femininas tradicionais, tendo seus interesses reduzidos a sexualidade, culinária e moda. Elas estão interessadas em uma gama de assuntos muito mais ampla", disse Saint-Simon. O próximo passo, afirma o diretor, é levar o título francês ao mercado britânico.