O semanário francês Courrier International teve um artigo sobre o profeta Maomé arrancado de 280 exemplares que chegaram ao Líbano em 26/6, por ordem do governo libanês. O artigo, intitulado ‘Irã: a beleza perturbadora do profeta’, dizia que iranianos xiitas, ao contrário de muçulmanos sunitas, permitiam a representação de Maomé.
A distribuidora do jornal no Líbano, com a aprovação do Ministério do Interior, rasgou as páginas para evitar a destruição da edição inteira. O Ministério afirmou, em 28/6, que a ação foi tomada porque o artigo ‘ofendia a dignidade do Islã e poderia provocar tensões religiosas entre muçulmanos’.
Diversos jornalistas protestaram contra a decisão. Segundo Ziyad Makhoul, do diário L´Orient-Le Jour, ‘se o Líbano quiser progredir, velhos hábitos devem ser mudados’. A organização Repórteres Sem Fronteiras também expressou seu descontentamento com a censura. ‘Nós pensamos que estas práticas de censura eram algo do passado no Líbano, mas obviamente estávamos errados. Esperamos que as autoridades encontrem uma solução decente para a controvérsia. Um pedido de desculpas ao jornal seria bem-vindo’, declarou a RSF em seu sítio [29/6/06].
Revistas acusadas de promover sexo e drogas
O subprocurador-geral da Rússia Sergei Fridinskiy pediu que três populares revistas voltadas ao público adolescente sejam fechadas. Ele acusa as publicações Molotok, Cool e Cool Girl de promover um nada saudável interesse em sexo e drogas entre os jovens.
Entre as reclamações do subprocurador, estão a de que as revistas publicam imagens e textos explícitos e a de que divulgam anúncios publicitários eróticos de telefones celulares – e tudo isso, segundo ele, teria o objetivo de encorajar os adolescentes a começar a ter relações sexuais cedo. Fridinskiy afirma também que os títulos promovem um ‘estilo de vida’ de usuários de drogas, e pediu que o órgão estatal que regula a indústria midiática no país para que feche as três publicações.
As revistas se defendem das acusações, afirmando que encorajam uma atitude responsável em seus leitores em questões de sexo e drogas. Mas esta não é a primeira vez que elas sofrem críticas externas. Molotok, a mais popular, com 250 mil exemplares vendidos por semana, já foi atacada por grupos políticos e religiosos por sua suposta ‘imoralidade’. Porta-voz da revista afirmou que, se preciso, ela irá provar sua inocência no tribunal. Informações de Sebastian Usher [BBC, 29/6/06].