PORTUGAL / MERCADO
“Jornais Atraem Mais Leitores”, copyright Público (www.publico.com.br), 19/07/03
“Os jornais diários e semanários, tanto os generalistas como os especializados em economia e desporto, cresceram nas audiências nos últimos três meses face ao trimestre homólogo do ano passado, segundo o Bareme-Imprensa, da Marktest, relativo aos meses de Abril a Junho. O ?Jornal de Notícias?, nos diários, e o ?Expresso?, entre os semanários, mantêm a liderança nos seus segmentos e protagonizaram mesmo as maiores subidas.
Se em números de circulação paga o ?Correio da Manhã? ultrapassou recentemente o ?Jornal de Notícias?, em termos de audiências essa batalha ainda não foi ganha. O título da Lusomundo foi o que mais leitores conquistou – um acréscimo de 1,8 por cento de audiência média face ao mesmo período do ano passado. O seu concorrente directo, o ?Correio da Manhã?, também cresceu – uma tendência comum a quase toda a imprensa generalista nacional neste trimestre -, somando 1,6 por cento de audiência média para 9,9 por cento.
A terceira maior subida nos diários – numa linha que já vem sendo habitual – é a do ?24 Horas? que acrescentou 1,3 por cento, totalizando 3,3 por cento de audiência média. O PÚBLICO também somou um ponto percentual (tem agora 4,9 por cento), mais do que o ?Diário de Notícias?, que ganhou sete décimas (agora 5 por cento).
A tendência de expansão também se verificou em dois dos semanários – à excepção de ?O Independente? e sem contar com o ?Euronotícias? que não é referido no estudo da Marktest. O ?Expresso? acrescentou 1,7 por cento, chegando aos 8,3 por cento de audiência média. O ?Tal&Qual? conquistou 0,7 décimas e, no capítulo das revistas generalistas, ?Visão? e ?Focus?, cresceram na mesma proporção, embora a primeira mantenha a liderança de forma destacada com 7 por cento. Só ?O Independente? destoa neste panorama positivo, ao perder 0,6 décimas para 1,5 por cento de audiência média.
A imprensa económica também continua em ascensão. A mudança gráfica e editorial do ?Diário Económico? (em Fevereiro) parece ter agradado, já que o jornal duplica os seus valores de audiência média para 1,4 por cento.
Motivos para sorrir tem também a revista ?Exame?, que conquista quase um ponto percentual (3,2 por cento). ?O Jornal de Negócios? também junta duas décimas (0,8 por cento), posicionando-se longe do seu concorrente directo, o ?Diário Económico?, mas é preciso ter em conta que a sua passagem a diário e mudança de formato só ocorreu em Maio.
No campo dos desportivos, os três títulos referidos pelo estudo da Marktest sobem. O ?Record? cresceu meio ponto percentual (para 8,2 por cento) face ao trimestre homólogo, voltando a ficar à frente de ?A Bola?. Este diário perdeu 0,8 décimas (para 7,6 por cento). A maior subida foi a de ?O Jogo?, ao conquistar mais um ponto, totalizando 4,4 por cento de audiência média.
As revistas de televisão também atraíram mais leitores, destacando-se a ?TV Guia?. O título da Cofina, que sofreu uma importante remodelação gráfica e editorial no início do ano, cresceu quase um ponto percentual (6,4 por cento), consolidando a liderança face às suas concorrentes directas – ?TV7 Dias? e ?TV Mais?.”
LEI ROUANET
“Lei Rouanet deve mudar em setembro”, copyright O Estado de S. Paulo, 19/07/03
“Juca Ferreira, ministro interino da Cultura, diz que é urgente corrigir distorções da legislação e MinC pode acabar com a figura do ?atravessador? cultural
O governo espera concluir uma proposta de reformulação da Lei Rouanet até setembro. As mudanças na lei seriam processadas por meio de medida provisória, para que já sejam efetivadas em 2004, quando a renúncia fiscal para a cultura será de R$ 405 milhões – 150% a mais do que em 2003. O aumento dos recursos está previsto na nova Lei de Diretrizes Orçamentárias, à espera da sanção do presidente Lula.
A informação é do ministro interino da Cultura, Juca Ferreira (secretário-executivo da gestão Gilberto Gil), que veio a São Paulo para a versão paulista do seminário Cultura para Todos, na Sala São Paulo, ontem. O seminário será a base das mudanças na lei. As discussões públicas do ministério passaram por Brasília, Rio e Belo Horizonte e reuniram cerca de 1.600 pessoas para discutir um novo modelo de financiamento público para a Cultura.
?Fim de agosto será o último passo das discussões, no Senado brasileiro?, afirmou Ferreira, falando ao Estado na noite de quinta-feira, na abertura da exposição Portinari, no Museu de Arte Moderna de São Paulo. ?As mudanças na legislação são essenciais para corrigir as distorções. A lei atualmente centraliza os recursos no eixo Rio-São Paulo, privilegia artistas consagrados, esquece a cultura popular e o patrimônio e tem brechas que permitem que as empresas investidoras façam ações de marketing travestidas de eventos culturais?, afirmou.
Ferreira deu exemplos de distorções no uso dos recursos incentivados: na promoção da Fórmula 1, no parque temático de Beto Carrero e até na instalação da árvore de Natal da Lagoa Rodrigo de Freitas, no Rio. ?O erro não estava nos mecanismos; o que houve foi uma transferência de responsabilidade do Ministério da Cultura para os departamentos de marketing das empresas.?
Os seminários Cultura Para Todos, acredita Ferreira, darão subsídios para que as mudanças sejam eficientes e democráticas. ?Esperamos um grande consenso de produtores, artistas e gestores culturais.? Mas o ministério tem alguns alvos certos na reforma da legislação, como a figura do ?atravessador? cultural, que capta recursos por meio de comissão. O MinC pondera que a lei deve transferir recursos públicos integralmente para a atividade-fim, que é o projeto cultural.
Ferreira também disse que um dos temas que têm dominado a agenda desses seminários – a ameaça da extinção das leis regionais de incentivo na nova reforma tributária – começou com um ?mal-entendido? da parte dos artistas.
?Eles achavam que o ministério não estava se mexendo para garantir a manutenção da renúncia fiscal nos Estados e municípios, mas nós estamos liderando essa discussão desde o princípio, com o ministério da Fazenda e os governos?, afirmou.
Segundo Ferreira, o MinC considera que seria ?uma temeridade? acabar com as leis de incentivo. E defende um sistema híbrido de financiamento cultural:
além da manutenção das leis, ?que trazem dinheiro bom dos empresários para a cultura?, a criação de fundos culturais para os Estados onde não haja renúncia fiscal via ICMS – com base em 0,5% do imposto arrecadado. ?Hoje, só 16 Estados têm legislações de incentivo?, ponderou.”
ROLING STONE
“‘Rolling Stone’ dá nova chance a repórter ‘criativo'”, copyright O Estado de S. Paulo, 22/07/03
“O jornalista Stephen Glass, demitido da revista New Republic em 1998 ao admitir que inventava histórias, acaba de ganhar uma segunda chance, mas da Rolling Stone, de quem também foi colaborador.
Segundo o porta-voz dessa revista, Stu Zakim, Glass foi designado pela revista New York para uma pauta sobre as leis canadenses para a maconha. Um texto anterior que ele escreveu sobre o tema para a Rolling Stone resultou num processo. O Dare, um programa antidrogas, acionou a revista em 1999 por causa da reportagem de Glass sobre o grupo. Ele admitiu ter inventado parte dela.
Zakim disse que o dono da Rolling Stone, Jann Wenner, achou que valia a pena dar ao jornalista a nova chance. ?Ele é um bom repórter para esse tipo de história?, disse. ?Jann confia em seu empenho e acredita que é a melhor coisa a fazer.? (AP)”