Sunday, 24 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Vida sofrida

OMBUDSMAN

Claudia Zardo (*)

Gosto deste país porque a gente pode falar o que quer, pois ninguém escuta mesmo! O escritório está as moscas, e eu estou aqui pensando como deve ser sofrida a vida do ombudsman. Aqui no interior, quando falamos ombudsman, o pessoal pergunta:

? Ombuds… de quem?

? Ombudsman da Folha de S. Paulo, uai! Aquele cargo raro e que custa muito caro para os jornais. (Custa caro em todos os sentidos.)

Aí, o mineiro leva a fama de caipira e neobobo, enquanto os paulistas levam a fama de modernos.

Mas, passando de mineiro a galeteiro e, voltando para o vespeiro: a começar pelo nome, que é um desastre, a vida de advogado do leitor (ou ombudsman) deve ser muito difícil. Se é difícil controlar e colocar os humildes na linha, imagine controlar os advogados do diabo: vaidosos jornalistas que não gostam do espelho, nem de puxão de orelhas. Imagine receber uma média de 600 e-mails por mês de gente raivosa. Imagine quantas brigas um ombudsman deve comprar dentro da empresa. Imagine quantos colírios diet ele deve pingar contra o olho gordo.

Por outro lado, realmente, é preciso muita imaginação para acreditar que o ombudsman do leitor é o mesmo ombudsman que serve ao empregador.

Por fim, alguém aí pode me explicar por que nenhum ombudsman (desde 1989) tocou nos erros cometidos pelo dirigente do jornal? Mas, bola pra frente! Antes um ombudsman de faz-de-conta do que o patrão pagando a conta. Viva o marketing da Folha de S.Paulo! Esse sim, é um sucesso.

(*) Estudante de Jornalismo da Unit (Uberlândia, MG), pós-graduanda em Administração e Marketing, formada em Desenho Gráfico pela Miami Dade Community College

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