A Frente Global de Mídia Islâmica, grupo ligado à al-Qaeda, divulgou um documento na internet no qual explica os seus novos objetivos e pede por uma guerra midiática – ou o que o presidente americano George W. Bush chama de ‘guerra de idéias’ – contra os EUA. ‘Os ‘jihads’, voluntários do mundo islâmico para a jihad, a guerra santa, precisam iniciar uma guerra midiática paralela à guerra militar porque podemos observar o efeito da mídia’, afirmava o documento, assinado por Najd al-Rawi.
O texto lista os alvos para uma ‘campanha’ de relações públicas, que vão desde determinados chats na rede a envio de e-mail para atores americanos famosos, para o colunista do New York Times Thomas Friedman e para os acadêmicos Noam Chomsky, Francis Fukuyama e Samuel Huntington. Al-Rawi sugere que vídeos de ataques a tropas americanas no Iraque poderiam ser uma arma na guerra midiática para influenciar a opinião pública nos EUA.
No dia 18/10, a CNN colocou no ar imagens de franco-atiradores supostamente assassinando soldados americanos e foi duramente criticada. O republicano Duncan Hunter, presidente do Comitê de Serviços Armados do Senado dos EUA, pediu ao secretário de Defesa Donald Rumsfeld para retirar a permissão de qualquer repórter da CNN para acompanhar as tropas americanas no Iraque, o chamado jornalista embedded. O tema de mortes de militares vem sendo tratado de forma delicada há algum tempo. Fotos de caixões de soldados chegando aos EUA do Iraque ou Afeganistão foram proibidas pelo Pentágono.
No dia 21/10, em seu comunicado semanal no rádio, Bush mencionou a Frente Global de Mídia Islâmica e afirmou que os terroristas estão tentando influenciar a opinião pública nos EUA. ‘Eles têm uma estratégia de propaganda sofisticada para dividir a América’, disse o presidente. Informações de Bernd Debusmann [Reuters, 27/10/06].