Sunday, 24 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Jorge Franco

FOTÓGRAFO MORTO

“De quem é a culpa?”, copyright Comunique-se (www.comuniquese.com.br), 8/09/03

“A morte do acadêmico de Jornalismo Raphael Lima Pereira, pode, perfeitamente, ser atribuída a um conjunto de fatores que há tempos se faz presente no Autódromo Internacional de Campo Grande, a começar pela imprudência de invadir uma área de escape, sem o mínimo de experiência profissional. O acadêmico posicionou-se fora da área de proteção e estava de costas para a pista.

No entanto, antes de invadir a área, foi autorizado a utilizar uma credencial de repórter fotográfico, mesmo não estando habilitado para o exercício da profissão. Não houve com o acadêmico o mesmo rigor que, por exemplo, é ostensivo e na maioria das vezes até agressivo com os jornalistas profissionais, mesmo aqueles credenciados pela Confederação Brasileira de Automobilismo (CBA).

Federação de Automobilismo e os organizadores das categorias que frequentam o Autódromo Internacional de Campo Grande jamais tiveram complacência com os repórteres fotográficos e com os jornalistas dos jornais diários. O uso do colete e a apresentação da credencial não são suficientes para deixar passar por aqui ou por ali. Porém, os obstáculos como estes não se fizeram presentes na triste aventura do acadêmico.

Tornou-se comum no Autódromo de Campo Grande _ nas provas nacionais _ os paddocks serem invadidos por dezenas de jovens portando credenciais de jornalistas. Todos credenciados em sites e em ?jornais?, que na maioria das vezes ninguém acessa ou lê. Na oitava etapa da Stock Car V8, eles formavam um batalhão, nos boxes, nos paddocks, nos camarotes e até na torre.

No Campeonato Regional de Velocidade, por exemplo, eles jamais fizeram a cobertura de uma etapa sequer, apesar da participação do prefeito de Campo Grande, André Puccinelli, e de pilotos renomados como Karlos César Fernandes, Rafael Motta, Olívio Zago, Arnaldo Vasconcellos e outros.

Quem sabe agora, depois desta tragédia, quem de direito tome as providências necessárias, preocupando-se verdadeiramente com a segurança e não apenas posicionando ?brutamontes? aqui ou ali para dificultar a ação de quem está lá para trabalhar e não para aventurar-se (*) Editor de esportes do jornal Correio do Estado”

“Fotógrafo morre em etapa de Campo Grande”, copyright Folha de S. Paulo, 8/09/03

“A etapa de Campo Grande (MS) do Brasileiro de stock car, a oitava do ano, disputada ontem, foi marcada pelo acidente que matou o fotógrafo Raphael Lima Pereira.

Logo na primeira curva após a reta dos boxes, Gualter Salles se envolveu em um acidente com Nonô Figueiredo e perdeu o controle do carro, que saiu da pista e atingiu Pereira, 19, que cobria a corrida para o jornal local ?Raça?.

?Ele foi um pouco irresponsável ao se postar à frente da barreira de pneus. A imprudência, infelizmente, custou caro?, contou Carlos Montagner, diretor da prova, que foi até a delegacia, acompanhado por Salles, para prestar depoimento sobre o acidente.

Na hora do acidente, o carro de Salles estava a cerca de 150 km/h. ?No momento do credenciamento, os profissionais são orientados sobre o que se pode ou não fazer, como ficar na frente do guard-rail ou da proteção de pneus?, disse Montagner, que também é diretor de competições da Confederação Brasileira de Autombilismo.

A competição foi interrompida por cerca de 30 minutos para o atendimento do estudante, que fazia o segundo ano de jornalismo na Universidade Católica Dom Bosco e trabalhava havia poucas semanas no jornal mensal, especializado em automobilismo.

O fotógrafo foi socorrido, ainda na pista do autódromo, por Dino Altmann, médico-chefe da categoria. ?Ele estava com as pupilas dilatadas e apresentava parada cardiorrespiratória. Nós fizemos uma reanimação, mas o comprometimento clínico era muito grande?, contou Altmann.

Levado para a Santa Casa da cidade, Pereira teve sua morte divulgada por volta das 14h30.

A segunda largada não teve a participação de Salles, que, abalado pelo acontecimento, desistiu de correr. André Bragantini, seu companheiro de equipe, desistiu da competição em solidariedade.

Foi o terceiro acidente fatal na história do Brasileiro de stock car, a mais tradicional categoria do automobilismo nacional, que teve sua primeira edição em 1979.

As duas mortes anteriores haviam sido de pilotos. Em 1985, Zeca Gregoricinski morreu depois que seu carro pegou fogo na pista de Interlagos, em São Paulo.

Há dois anos, em Brasília, Laércio Justino perdeu o controle do carro durante o treino classificatório, saiu da pista e se chocou contra um guincho. O piloto, que sofreu traumatismo crânio-encefálico cervical, torácico e abdominal, morreu ao chegar ao hospital.

O vencedor ontem foi David Muffato, que conquistou a sua quarta vitória na temporada e assumiu a liderança da classificação, com 108 pontos. A próxima etapa será no Rio, no dia 28.”

 

GZM EM CRISE

“Tanure fará proposta de reajuste de salários na GZM”, copyright Comunique-se (www.comuniquese.com.br), 8/09/03

“O empresário Nelson Tanure estará na Gazeta Mercantil nesta terça-feira (09/09) para fazer uma proposta de reajuste dos patamares salariais a partir do que Reinaldo Paes Barreto, diretor institucional do Jornal do Brasil, chama de ?nova realidade do mercado?.

O diretor disse ao Comunique-se que a proposta é que os funcionários que tiverem seus salários ?inchados? passem a ganhar de 10 a 30% menos do atual valor. ?O Nelson vai propor reclassificar os cargos e salários a partir de uma escala de antigos salários, que serão pagos com pontualidade?, explicou Paes Barreto. Essa mudança, se aprovada, só se dará quando os funcionários forem contratados pela nova empresa criada pelo empresário.

Quanto à contraproposta de pagamento dos atrasados, o diretor jurídico da Gazeta, Aílton Trevisan, disse que estão fechando uma proposta e que ela será apresentada dentro de 24 horas. Na última quinta-feira (04/09), no Tribunal Regional do Trabalho, a direção da Gazeta, representada por Trevisan, pediu o adiamento do julgamento do dissídio de greve para o dia 11/09, alegando que neste período a GZM tentará encontrar uma solução para pagar 100% dos passivos com Tanure.

O ex-presidente do Valor Econômico Flávio Pestana vai assumir o cargo de consultor de Tanure para a montagem da nova operação da Gazeta Mercantil.”