MÍDIA AMERICANA
O Senado americano iniciou na semana passada debate sobre resolução que pode vetar as novas regras de liberalização do mercado de mídia recém-adotadas pela Comissão Federal de Comunicações (FCC, sigla em inglês). A comissão, entre outras coisas, aumentou de 35% para 45% o total de audiência nacional que uma rede de TV pode alcançar e aliviou barreiras à propriedade cruzada, permitindo que uma companhia tenha estações de TV e jornais numa mesma cidade. Na semana retrasada, um tribunal de apelações da Filadélfia já havia suspendido as novas regras da FCC, atendendo à queixa de um grupo de rádios comunitárias.
A disputa política sobre o mercado de mídia americano é duríssima. A Casa Branca, favorável às reformas que favorecem grandes corporações de comunicação, ameaça vetar decisão do Senado que contrarie a desregulamentação. Entre os senadores há amplo apoio à proposta de veto, mesmo entre os republicanos, que são maioria. Na Câmara dos Deputados, no entanto, apesar de haver apoio da base democrata e republicana, líderes do partido do presidente George W. Bush se recusam a trazer para votação o bloqueio às medidas da FCC.
Fora da esfera legislativa, grupos poderosos fazem lobby em ambas as direções. A Newspaper Association of America, entidade representante dos jornais, quer a liberalização. Já a National Broadcast Association, associação de emissoras de rádio e TV, é contra que as maiores redes de televisão possam se expandir ainda mais. Diversos grupos liberais e conservadores se opõem totalmente à reforma imposta pela FCC. Entre eles estão, por exemplo, a Organização Nacional para Mulheres, a Conferência dos Bispos Católicos Americanos e a Associação Nacional de Rifles. As informações são do New York Times [12/9/03].