INTERNATIONAL HERALD TRIBUNE
Quando o New York Times comprou a metade da International Herald Tribune (IHT) que pertencia ao Washington Post, tornando-se seu único proprietário, parecia que se consolidaria ainda mais como líder entre os jornais diários internacionais. Mary Dejevsky, do britânico Independent [16/9/03], nota, no entanto, que pode estar acontecendo o contrário.
Enquanto o IHT sente a ausência do material fornecido pelo diário de Washington, as edições internacionais do Wall Street Journal ganharam, desde fevereiro, um colaborador de peso: o mesmíssimo Washington Post.
The Wall Street Journal Asia e The Wall Street Journal Europe tinham uma tradição de serem muito voltados a negócios. Agora, artigos do Post trazem assuntos mais gerais, com melhor cobertura internacional. O conteúdo opinativo dos jornais também mudou. O que antes era um espaço essencialmente direitista e em favor do livre mercado, agora dá voz também a opiniões divergentes, algo que deve agradar aos leitores de fora dos EUA. A cooperação está satisfazendo ambas as partes e foi mais fácil de ser implantada do que se esperava. O Post envia regularmente artigos selecionados ao Journal, cujos editores escolhem o que querem usar, apenas citando a fonte.
Apesar da iminente ameaça, nada parece se mexer no IHT. Seu presidente, Richard Woolridge, admite que as vendas tiveram ligeira queda neste ano, mas ainda assim insiste que o mercado do jornal está garantido, apontando que seu público é “incrivelmente leal”. Woolridge diz que o planejamento do Times para o IHT tem um prazo mais longo – entre cinco a dez anos. “Esta é uma operação séria do Times. Nós somos o maior jornal internacional de informação geral. Eles não. São um jornal de negócios”, conclui, desdenhando a evolução do Journal.
Sem anúncios de prostituição
O IHT resolveu não aceitar mais anúncios de agências de acompanhantes. A decisão veio depois que uma de suas anunciantes, Margaret MacDonald, foi parar num tribunal parisiense sob acusação de cafetinagem. As agências de acompanhantes são proibidas na França e o governo local, num esforço para reduzir a criminalidade, tem combatido a prostituição. Sediado em Paris, o jornal foi citado no julgamento como um quadro de avisos de dúzias de estabelecimentos duvidosos. As informações são do Independent [19/9].