Monday, 25 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Qual é o limite dos anunciantes?

NEW YORKER

Em matéria de 15/9, Jeff Bercovici, da Media Life, coloca em dúvida se a americana New Yorker está fazendo bom negócio com o sensível aumento da nudez e das palavras de baixo calão em seu conteúdo. A revista sempre foi conhecida pelo jornalismo diferenciado, com longos artigos narrativos e perfis aprofundados de artistas e membros do governo. Contudo, artigos como um sobre gíria russa, em que palavrões aparecem reiteradamente, e ensaios fotográficos como um no qual aparecem os pêlos pubianos da cantora Cat Power, podem afugentar patrocinadores mais conservadores. A indústria automobilística, por exemplo, já desistiu de outras publicações mais ousadas, como a Playboy.

“Eles podem conseguir ir um pouco além das revistas comuns ou de interesse geral, mas a maioria dos anunciantes é consciente da reação do leitorado e pode não querer ser associado a esse tipo de linha editorial”, observa Steve Lerch, vice-presidente e gerente de mídia impressa da agência de publicidade Campbel Mithun. O editor da New Yorker, David Remnick, responde que ainda não recebeu nenhuma reclamação dos anunciantes. Estes, segundo ele, entendem o sentido desse tipo de material na New Yorker. “Nada disso é gratuito”, conclui.