Monday, 25 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Suecos indecisos nas chamadas da Reuters

TELETIPO

Dennis Barbosa

James Taranto, do Wall Street Journal [15/9/03] capturou um flagrante de como é difícil produzir notícias precisas na era do jornalismo em tempo real. No dia 14/9, os suecos foram às urnas para decidir se seu país iria adotar o euro como moeda. Às 2:56h (horário de Nova York), quando o pleito ainda estava no início, a Reuters publicou a chamada “Suecos votam se querem o euro; resultado em aberto”. Quase nove horas depois, a votação parecia já ter um resultado definido: “Suécia vota pela adoção do euro”. Após duas horas e meia, ainda de acordo com a Reuters, o país parecia ter mudado de idéia: “Eleitores suecos rejeitam euro por pouco”. Às 16h16, finalmente, veio a conclusão: “Suecos votam estrondoso ?não? ao euro”.

A cobertura exaustiva que a rede de notícias CNBC fez da repercussão causada pelo pacote de prêmios de US$ 140 milhões que o presidente da bolsa de Nova York, Dick Grasso, recebeu quando da renovação de seu contrato de trabalho, chamou a atenção de Jon Friedman [CBS Marketwatch, 19/9/03]. O jornalista ficou com a impressão de que a rede queria derrubar Grasso ? e ele, de fato, acabou renunciando no dia 17/9 -, mesmo que isso significasse perda de audiência por causa do nível de repetição do mesmo assunto. “Estamos tentando ser justos e escrupulosos”, disse o vice-presidente sênior da CNBC, David Friend, horas antes da renúncia, negando que o canal estaria fazendo perseguição.