GUGU FORA DO AR
“Petrobras congela ?megacampanha? com Gugu”, copyright Folha de S. Paulo, 17/09/03
“A Petrobras decidiu congelar uma grande campanha de merchandising que estava sendo produzida com Gugu Liberato.
O apresentador já havia participado de duas gravações para a comemoração dos 50 anos da estatal e tinha outra marcada para hoje, na Bahia, mas foi informado anteontem de que sua participação estava provisoriamente suspensa.
Na semana passada, no auge da polêmica sobre a entrevista exibida pelo ?Domingo Legal? (em que dois supostos membros do PCC ameaçaram várias personalidades), Gugu gravou propaganda sobre ações sociais da empresa.
Ele foi filmado no projeto ?Leste Oeste?, na Penha (São Paulo), e no ?Nós do Morro?, na favela do Vidigal (Rio de Janeiro). A edição das ?reportagens?, que seriam exibidas em seu programa (SBT), estava sendo acompanhada por um representante da Petrobras e outro da agência de publicidade que elabora a campanha.
A equipe do apresentador também já estava preparada para a gravação nos projetos ?Ilê Ayê? e ?Costureiras do Caipe?, que seria hoje, na Bahia. Ele iria mostrar ainda na televisão o ?São do Encontro? (Minas), ?Casa Talento? (Natal), ?Lajedo? (Mossoró) e ?Étnica da Dança? (Rio).
A Petrobras também estava acertando a participação de seu presidente, José Eduardo Dutra, no ?Domingo Legal?. A idéia era colocá-lo no palco do programa no início de outubro, quando a empresa completa 50 anos.
Ontem, a assessoria de imprensa da Petrobras afirmou à Folha que não havia nenhuma decisão de incluir Gugu Liberato na campanha dos 50 anos. Depois, em outra ligação, ao ser informada de que a reportagem tinha detalhes sobre a participação do apresentador, a assessoria confirmou que ele havia participado das gravações, mas que ?a programação de mídia e merchandising ainda não está amarrada, não é definitiva?.
Uma ação de merchandising já foi feita no ?Domingão do Faustão?, há duas semanas.
No SBT, avalia-se que Gugu terá de fazer um trabalho para melhorar sua imagem e evitar outros problemas com anunciantes. Seus contratos dependeriam do ?perdão? da opinião pública.”
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“Gugu faz ?peregrinação? na TV para pedir perdão”, copyright Folha de S. Paulo, 17/09/03
“Gugu Liberato fez ontem uma verdadeira ?peregrinação? em programas de TV para se explicar e pedir desculpas por ter exibido entrevista com supostos membros da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) no ?Domingo Legal? de 7/9.
Em seu programa do SBT, os entrevistados, encapuzados e identificados apenas como ?Alpha? e ?Beta?, fizeram ameaças de morte a várias personalidades.
A ?via-sacra? de Gugu faz parte de uma estratégia para melhorar a sua imagem e evitar a fuga sinalizada por alguns anunciantes do ?Domingo Legal?. Marcado por entradas ao vivo do apresentador por telefone, o périplo começou ainda na madrugada, por volta da 0h30, no ?Jornal da Noite? (Band), apresentado por Roberto Cabrini. Gugu havia acabado de deixar o palco de Hebe Camargo (SBT), onde falou publicamente sobre o caso pela primeira vez.
Ontem à tarde, Gugu repetiu inúmeras vezes sua versão -de que não sabia do conteúdo da entrevista- a mais quatro programas: ?A Casa É Sua?, ?Repórter Cidadão? (Rede TV!), ?Brasil Urgente? (Band) e ?Falando Francamente? (SBT). Esse último, apresentado por Sônia Abrão, exibiu reportagem sobre a vida de Gugu, em que exaltava o apresentador, mostrando até fotos dele bebê.
De todas as participações, a mais tensa foi a do ?Repórter Cidadão?. Gugu foi pressionado pelo apresentador Marcelo Rezende, outro dos ameaçados pelos supostos criminosos, e os dois chegaram a se tratar com ironia.
A participação de Gugu elevou a audiência de todos os programas. O da Hebe, por exemplo, teve crescimento de 40%. A média, que costuma ser de dez pontos, foi de 14 anteontem (679 mil domicílios na Grande São Paulo).
A assessoria de Gugu afirmou que, por enquanto, ele não dará entrevista a jornais impressos.
Investigação
?Alpha? já foi identificado pela polícia, segundo a assessoria da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo. Mas os investigadores ainda não sabem se ele faz ou não parte do PCC. A identidade de ?Beta? está sendo investigada.
Ontem, a polícia esperava o depoimento de Hamilton Tadeu dos Santos, o Barney. Ele foi convocado para depor, mas não compareceu ao Deic (Departamento de Investigações Criminais). Ex-ator e ex-produtor de pegadinhas no SBT, Barney teria organizado a entrevista. Outro depoimento previsto para ontem -o do produtor Rogério Casagrande- também não ocorreu.
O jornalista Wagner Maffezoli, autor da entrevista, também foi convocado a depor na Comissão de Segurança Pública da Assembléia Legislativa de São Paulo na tarde de hoje. Segundo Gugu, ele foi afastado de suas funções.”
“Nestlé diz que apresentador só fez a campanha”, copyright O Estado de S. Paulo, 20/09/03
“A Nestlé, empresa que tem uma campanha publicitária apresentada, entre outras pessoas, por Gugu Liberato, divulgou nota ontem esclarecendo que ele é apenas o porta-voz de uma ação publicitária e não da empresa.
A multinacional está investindo R$ 80 milhões na campanha publicitária Junta Brasil, que tem também participação de Faustão, Ana Maria Braga e Hebe Camargo.
?A empresa confia no sólido relacionamento construído com o consumidor e tem segurança de que a sua imagem está fortemente apoiada em uma história de 82 anos de atuação transparente no País?, diz o texto.
A empresa informa ainda que sua ação publicitária, que une apresentadores do SBT e da TV Globo, ?inclui outras celebridades? e que essas ?personalidades foram escolhidas criteriosamente por atingirem diferentes públicos?.
Por último, a Nestlé comunica que ?não estão previstas alterações na campanha publicitária neste momento?. Esse tipo de alteração, segundo um dos publicitários, acarretaria prejuízos à empresa, que tem contratos assinados com os artistas e os meios de comunicação que exibem a campanha.
Por meio da promoção Junta Brasil, a Nestlé deverá sortear 248 casas até a primeira semana de dezembro. Também serão doados R$ 40 mil em produtos Nestlé para 248 instituições beneficentes.
Diplomacia – Na quarta-feira, a Petrobrás também partiu para a diplomacia ao explicar que havia suspendido comunicado de merchandising que o apresentador Gugu começara a gravar para divulgação de projetos de responsabilidade social da estatal. O comunicado dizia que a decisão da Petrobrás teve ?caráter comercial?.”
“E a Hebe, chorou por quê?”, copyright Folha de S. Paulo, 19/09/03
“Se alguém souber, me informe, pelo amor de Deus: por acaso, o deputado e presidente do PTB, José Carlos Martinez, já sofreu algum tipo de penalidade ou recebeu, quem sabe, alguma reprimenda, por mais inócua que tenha sido, por ter presenteado o ministro-chefe da Casa Civil com um Rolex falsificado?
Agora responda só mais esta, meu caro leitor: você ficou satisfeito com o pedido de desculpas de Gugu Liberato pela falsa entrevista com bandidos do PCC (Primeiro Comando da Capital) que ele apresentou em seu programa, ?Domingo Legal??
Pois é, eu também não fiquei nada contente. Hipocrisia tem limite e, neste caso, essa linha de demarcação começa na orla da desculpa esfarrapada.
Usar doença de pai e de mãe para tapar buraco no trabalho é conversa de porteiro de prédio que costuma faltar na segunda-feira.
Já disse aqui e volto a repetir. Alô, Gugu Liberato! Não tem choro nem vela, você autorizou pessoalmente a exibição da reportagem com os supostos membros do PCC e tinha pleno conhecimento da história toda.
A coisa se deu da seguinte forma: o diretor de seu programa, Maurício Nunes, que é seu amigo pessoal e vem a ser filho do glorioso Max Nunes, que escreve os textos do programa do Jô Soares, chegou para você e disse que não se sentia tranquilo em colocar aquele material no ar, do jeito que estava. Você então respondeu textualmente, na frente de outras pessoas, que queria causar impacto.
Não adianta agora posar de bom moço e nem vir mostrar humildade no programa da Hebe ou no ?Repórter Cidadão?, que é apresentado pelo Marcelo Rezende, o repórter policial que desmascarou a farsa.
A verdade está ao alcance da mão e quem conhece de perto o histórico do SBT sabe que a filosofia da empresa é a de deixar acontecer o estrago para depois consertá-lo.
Ocorre que, neste caso, não será um simples desmentido do patrão, alegando estar brincando quando disse que ia morrer, que irá reverter o dano. Neste caso, medidas que inibam a repetição deste tipo de episódio precisam ser efetivadas imediatamente.
Para finalizar, gostaria de saber só mais uma coisa: e a Hebe, chorou por que quando Gugu foi ao programa dela se explicar?”
“Tudo por dinheiro!”, copyright jornal Meio Norte,, 21/09/03
“A guerra pela audiência na televisão, leia-se: ganância por abocanhar mais dinheiro dos anunciantes, teve um lance que, antes de ser uma surpresa, apenas confirma o que qualquer telespectador já está cansado de saber. Mente-se a rodo na televisão.
Sempre aos domingos, principalmente à tarde, o ?jogo? é sujo. Vale tudo para iludir os que teimam em assistir à televisão, dita aberta, no último dia de descanso da semana. Quem está acostumado com essas demonstrações domingueiras de pouco apreço à nossa inteligência, perpetrada por todas as emissoras, não tem idéia do que o espera, se ligar seu televisor no início das noites e, também, no chamado horário nobre, de segunda a sexta.
O governo concede, em nome dos brasileiros, um bem para que os detentores desse direito o utilizem segundo critérios preestabelecidos. O respeito ao cidadão é um dos itens primeiros dessas exigências. O compromisso de não veicular nada que desvirtue o bem moral da cada família, outra obrigação. Não estimular o preconceito racial nem fazer a apologia de qualquer forma de violência são outros preceitos a que se obrigam quem se capacita a exercer o direito à concessão de um canal de televisão. Pois nenhum desses pontos, e olhe que declinei apenas alguns, é respeitado. Ao contrário, todos são deflorados diariamente de forma contumaz e sistemática, na ânsia, que só faz aumentar, por muito mais dinheiro vindo dos anunciantes através das agências de publicidade.
Os telejornais ?populares? da Band e da Record, para ficar apenas com os mais ?exemplares?, são poços de hipocrisia, mentiras e falsos moralismos deslavados que agridem o bom senso, ferem as leis vigentes e, no entanto, continuam impolutos a brigar de forma suja pela audiência. Nada tenho contra o ex-árbitro de futebol Oscar de Godoy, da Record, muito menos contra o José Luís Datena, da Band, este, antes, pelo contrário, até gosto de seu jeitão desabrido e franco. Mas todos parecem deixar em casa seus escrúpulos, quando a luz vermelha se acende no alto da câmera e o teleprompter começa a mostrar o texto que será por eles lido e que acrescentará, quase sempre, dados falsos às imagens forçadamente ?espetaculares? e ?exclusivas?. Existem exceções, mesmo nestes telejornais, claro, mas a mentira é a tônica e o desrespeito reina absoluto. Até quando?
A polêmica causada pela entrevista, provavelmente forjada, com ?membros? do PCC e levada ao ar no programa Domingo Legal, comandado por Gugu Liberato, jogou mentiras fétidas no ventilador da ganância. Enquanto a Justiça não comprovar a culpa, todos são inocentes, tudo bem, mas, vem cá, a farsa está evidente, não está, não? E olha que as tramóias não são possessão do Gugu e do SBT, não, todas as TVs, em qualquer dia e horário, já se valeram desse recurso sórdido para alavancar suas audiências. Cabe ao ministro das Comunicações determinar uma devassa nesse antro de mentiras, que é hoje a televisão. Cabe à sociedade se mobilizar e exigir que o governo deixe de lado falsos pruridos decorrentes de acordos ?políticos? inconfessáveis com os ?donos? das concessões e use a lei para até anulá-las, se for o caso. Mais: devemos boicotar marcas e produtos que patrocinam esse tipo de programa, caso eles não desistam de associar sua imagem a eles.
E não me venham falar em censura ou em cerceamento da liberdade de expressão, porque o que fazem hoje, em grande parte dos programas de TV, é justamente afrontar a liberdade de se expressar, ao usar a mentira como recurso e violentar a inteligência dos cidadãos, ?censurando? seu direito à verdade. Trata-se de fazer valer o que é garantido a quem não pode ficar exposto à sanha mercantilista de meia dúzia de vorazes aves de rapina que saqueiam a concessão, que deveria ser provisória, nunca definitiva, de um bem público. Aquiles Rique Reis, músico e integrante do MPB4″
“Sem ?Domingo Legal?, SBT deixa de faturar R$ 750 mil”, copyright O Estado de S. Paulo, 23/09/03
“Não foi por causa da ameaça de ser multado em R$ 100 mil que o SBT acatou a decisão da Justiça de não levar o programa ao ar no domingo. Afinal, embora o Domingo Legal esteja perdendo crédito com anunciantes em razão da farsa, costuma faturar, em média, R$ 1,5 milhão por edição. Desse montante, R$ 750 mil vão para o SBT e os outros 50%, para a GGP, empresa de Gugu Liberato.
Essa soma vem das inserções no horário comercial e dos merchandisings – anúncios feitos pelo próprio Gugu, durante o programa. Apesar das cinco horas de duração, o Domingo Legal tem só quatro intervalos comerciais, de dois minutos cada. Trinta segundos valem R$ 86,2 mil para propagandas veiculadas em rede nacional.
Para driblar a concorrência, Gugu faz poucos intervalos: prefere acomodar os anunciantes nos merchandisings. Em média, o apresentador faz de 8 a 12 anúncios por edição, ao custo de R$ 150 mil cada. Em geral, pelo menos três desses merchandisings são de produtos do próprio Gugu.
O SBT não revela nada sobre a reação de anunciantes a respeito do caso.
Algumas empresas, que já tinham contrato fechado para futuras edições do Domingo Legal, negociam a transferência de seus anúncios para outros programas da emissora.”
“Audiência das reprises teve só 2 pontos a menos que a da farsa”, copyright O Estado de S. Paulo, 23/09/03
“Dados consolidados do Ibope na Grande São Paulo mostram que o SBT obteve anteontem 12 pontos de audiência na faixa das 15 horas às 20h30, horário normalmente ocupado pelo Domingo Legal. O programa não foi ao ar anteontem por determinação da Justiça. São apenas 2 pontos a menos do que rendeu a edição do dia 7, quando foi ao ar a farsa montada pelo programa, mostrando dois homens encapuzados como se fossem da organização criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC).
No domingo do dia 14, depois de uma semana em que vários programas de fim de tarde se ocuparam, diariamente, em debater o episódio e as investigações sobre a farsa, o Domingo Legal saltou para 23 pontos – resultado impulsionado pela expectativa do público em ouvir alguma explicação do apresentador Gugu Liberato.
O fato é que o Domingo Legal, um dos poucos programas que conseguia bater a Globo em São Paulo, tem perdido em audiência para a concorrência na região, o principal mercado publicitário do País. A farsa do PCC foi uma estratégia apelativa para reverter esse quadro, num dia em que a produção sabia que a guerra por audiência seria mais difícil: tinha jogo da seleção brasileira na Globo (Brasil x Colômbia). Para piorar, na quarta-feira anterior, Roberto Manzoni, que há 15 anos dirigia os programas de Gugu, pediu demissão do cargo.
Descontando circunstâncias excepcionais como as do dia 7 e do dia 14, Gugu vem oscilando entre 19 e 21 pontos este ano. Faustão tem atingido entre 25 a 28. Cada ponto no Ibope domiciliar da Grande São Paulo corresponde a 48,5 mil residências.”
“Gugu sem tutu”, copyright Veja, 24/09/03“No início deste mês, o apresentador Gugu Liberato, do SBT, teve uma idéia que julgou brilhante: pedir à sua produção que arranjasse uma entrevista com integrantes da facção criminosa Primeiro Comando da Capital, ou PCC, para explorar em seu Domingo Legal as ameaças – essas reais – recebidas pelo padre Marcelo Rossi naquela semana. Como os pedidos de Gugu têm status de ordem para seus produtores, o ?furo de reportagem? foi obtido e levado ao ar no dia 7. Os dois encapuzados que se identificaram como ?Alfa? e ?Beta? fizeram, ao vivo, ameaças ao padre Marcelo, ao vice-prefeito de São Paulo, Hélio Bicudo, e aos apresentadores Marcelo Rezende (RedeTV!), José Luiz Datena (Bandeirantes) e Oscar Roberto de Godoy (Record). Nesta semana, porém, surgiram as provas do que se suspeitava desde o começo: tudo não passou de uma mentira paga, armada pelo Domingo Legal com dois sujeitos que se fizeram passar por assassinos do PCC. Desde que a entrevista foi levada ao ar, a vida de Gugu virou um inferno. E o mesmo pode ser dito da vida dos telespectadores, que há duas semanas não têm como escapar da novela ?A Farsa do Domingo Legal?.
Ao longo da semana passada, Gugu teve de se desculpar com as pessoas ameaçadas e assumir que cometeu um erro. Mais doloroso ainda para ele é ver que o episódio fez mirrar aquilo de que vivem os programas de televisão e seus apresentadores – o dinheiro da publicidade. Gugu recebeu a informação de que sua participação numa megacampanha publicitária da Petrobras acaba de ser descartada. Outra campanha de uma estatal que iria ao ar em seu programa também foi cancelada. ?Algumas empresas não querem associar seu nome a um programa que está sendo investigado pela Justiça?, explica um publicitário.
De nada adiantou, nesse sentido, o controle de danos executado pelo apresentador. Pressionado por Silvio Santos, já na segunda-feira Gugu foi se explicar no programa de sua colega de emissora Hebe Camargo. No sofá de Hebe, fez cara de bom moço e disse que atravessa problemas pessoais, já que seus pais estiveram internados – o que, na versão dele, impediu que ele tivesse tempo de assistir às imagens antes de elas irem ao ar. Hebe deu-lhe um pito: ?Mas por que você não apareceu antes para se desculpar??. Os olhos de Gugu, então, ficaram rasos d?água. No dia seguinte, ele prosseguiu em sua via-crúcis. Ligou ao vivo para o programa de Marcelo Rezende e se submeteu a um interrogatório. Deu as caras, ainda, no programa de Sônia Abrão, também do SBT, e no Brasil Urgente, de Datena.
O pior, porém, ainda estava por vir. Na quarta-feira passada, em depoimento à polícia, o produtor do Domingo Legal Rogério Casagrande disse que pagou 3.000 reais ao produtor de pegadinhas Amilton Tadeu dos Santos, o Barney, para que ele organizasse uma entrevista com bandidos do PCC. Amilton teria armado o estelionato televisivo sem o conhecimento da emissora. Bem, é um risco que se corre quando se contrata um especialista em pegadinhas. Segundo a polícia, o sujeito que se apresentou no ar como ?Alfa? é um certo Wagner Faustino, o Waguinho, que já ficou nove meses preso por causa de um roubo de moto. ?Beta? seria um tal de Toinho. Até quinta-feira da semana passada, nenhum deles havia se apresentado à polícia. ?Eu não armei nada. A produção do Gugu me procurou e eu disse que não conhecia ninguém do PCC?, disse Barney a VEJA. Gugu será convocado a depor em audiência conjunta das comissões de Direitos Humanos e de Ciência e Tecnologia da Câmara Federal. Ambas pediram ao ministro das Comunicações, Miro Teixeira, a investigação do episódio e ?punição exemplar? dos envolvidos. Essa já está assegurada: a diminuição da verba publicitária do Domingo Legal. Golpes no bolso, como se sabe, são a única maneira comprovadamente eficaz de elevar o nível do que se vê na TV.”