Monday, 25 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

UE desiste de lei anti-sexismo

TELETIPO

A comissária para o Emprego e Assuntos Sociais da União Européia, Anna Diamantopolou, resolveu arquivar, pelo menos por enquanto, uma proposta de lei que proibiria discriminação sexual na mídia e na publicidade. Apontando que os meios de comunicação europeus "estariam totalmente fora" da regulamentação, ela reconheceu que é necessário "preparar o terreno" para uma mudança tão radical. Caso fosse posta em prática, a lei traria graves implicações para anunciantes que usam o sexo como forma de vender seus produtos ou emissoras de TV que utilizam a nudez para atrair audiência. Anna afirma, no entanto, que seu "objetivo final continua sendo a erradicação total de qualquer discriminação contra a mulher". Angela Wade, diretora executiva do Conselho Europeu de Editoras, disse ao Financial Times [3/10/03] que está satisfeita por saber que a comissária não pretende mais tentar impor uma lei que poderia resultar em censura.

As revistas russas Kommersant Vlast e Tverskaya 13 foram as primeiras enquadradas na lei eleitoral de mídia que proíbe análises e divulgação de informações sobre o passado dos candidatos. A regulamentação foi criada após o último pleito parlamentar, em dezembro, quando alguns concorrentes pagaram a jornalistas para que difamassem oponentes. Isso serviu de pretexto para permitir que, agora, o governo censure a mídia. A Kommersant Vlast foi advertida por publicar um artigo em que avalia um candidato a prefeito de Moscou. A Tverskaya 13, por sua vez, recebeu advertência por ter dado detalhes de uma coletiva de imprensa em que o atual prefeito da capital expôs seus planos para um novo mandato. Cada veículo de comunicação pode receber dois avisos deste tipo do ministro da Imprensa antes de ser fechado. Informações do Guardian [2/10/03].