Tuesday, 26 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Princípio ameaçado nos EUA

SIGILO DE FONTE

O juiz federal americano Thomas Penfield Jackson decidiu que a AP, a CNN, The Los Angeles Times e The New York Times terão de revelar suas fontes no caso do cientista nuclear Wen Ho Lee, equivocadamente acusado de espionagem. Ele trabalhava em um laboratório de Los Alamos, estado do Novo México, e, em 1999, foi citado na imprensa como provável espião que teria ajudado a China a avançar no desenvolvimento de suas armas atômicas. Lee processou o governo dos EUA exigindo reparação pelos danos à sua reputação. A justiça quer saber quem passou à imprensa a informação de que o FBI investigava o cientista.

É o primeiro caso do tipo a chegar em Washington desde 1981. Se os quatro veículos forem mesmo obrigados a revelar suas fontes, o princípio jornalístico do direito ao sigilo terá sido quebrado. Jackson argumenta que, apesar de ter ouvido 20 testemunhas, não foi possível concluir quem deixou a investigação vazar. Assim, somente a própria imprensa pode elucidar o caso. O FBI admitiu que não investigou Lee adequadamente. Ele foi considerado espião somente por ter copiado, sem autorização, documentos sigilosos em fitas de armazenamento de dados. A agência se concentrou em incriminar o pesquisador, deixando outros suspeitos de fora. Acabou abandonando as 59 acusações que tinha contra ele em 2000.