INVASÃO DE PRIVACIDADE
Os três paparazzi franceses que perseguiram a princesa Diana e Dodi Fayed na noite do acidente fatal foram intimados a depor em 23/10 em um tribunal de Paris por invasão de privacidade. Trata-se do primeiro julgamento criminal relacionado ao acidente ocorrido em agosto de 1997.
Jacques Langevin, da agência Sygma/Corbis, Christian Martinez, da agência Angelis, e Fabrice Chassery, free-lancer, estavam entre os oito fotógrafos investigados inicialmente; os outros cinco foram liberados antes de ir ao tribunal.
Na França, as leis de privacidade prevêem um ano de prisão e multa de US$ 53 mil para quem as violar. De acordo com Jo Johnson [The Financial Times, 24/10/03], o caso testará os limites das duras leis de privacidade francesas, uma vez que recentemente foi estabelecido que o interior de um carro é considerado local privado, mesmo em uma via pública.
"Eles procuravam fotografar sofrimento e agonia", disse a promotora pública Beatrice Vautherin. "Não se tratavam de imagens para servir de testemunha, como fotografias de guerra". Processos contra invasão de privacidade são comuns na França, onde fotos de multidão, grupo ou indivíduo sem consentimento correm o risco de infringir o direito a uma vida privada.
Langevin afirmou que fez apenas seu "trabalho como jornalista" e que tirara diversas fotos de pessoas em carros, inclusive do presidente, sem problemas. Afirmou ainda ser uma testemunha. "Estava registrando um evento", disse. Jean-Louis Pelletier, advogado de Chassery, disse que a lei não é clara. "Um carro cujas portas foram abertas ainda constitui um local privado?", perguntou. Martinez não compareceu ao tribunal.
Os fotógrafos tiraram fotos de Diana e Dodi no automóvel antes e depois do acidente, mas nenhuma delas foi publicada até hoje. Com informações da AFP [23/10] e da BBC [24/10].