VIOLÊNCIA CONTRA JORNALISTAS
A organização Repórteres Sem Fronteiras [21/10/03] pediu a extinção de processos fechados contra jornalistas e exigiu a libertação de profissionais da mídia injustamente presos. O apelo dirige-se especialmente ao Irã, em particular ao Judiciário iraniano, comandado por aiatolás linha-dura.
Golamhossein Elham, porta-voz do Judiciário, confirmou em 15/10 que três jornalistas presos em 14/6 ? Taghi Rahmani, do Omid-é-Zangan, Reza Alijani e Hoda Saber, ambos do Iran-e-Farda ? estavam "cumprindo sentença". O porta-voz, porém, não forneceu o motivo da prisão, nem data e local do julgamento. Parentes e advogados não têm notícias deles há 40 dias; sabem apenas que iniciaram greve de fome e ainda estavam em confinamento solitário.
"É inaceitável que os tribunais iranianos realizem sistematicamente julgamentos em portas fechadas. Jornalistas são presos e depois desaparecem nas prisões do Irã sem que ninguém saiba se, quando e onde os processos ocorreram ? e, o mais importante, o porquê", disse Robert Ménard, secretário-geral dos RSF.
A declaração de Elham coincidiu com a crescente revolta da sociedade civil iraniana em relação aos ataques à liberdade de imprensa e à prisão pouco criteriosa de jornalistas no país. Mais de 100 advogados, estudantes e ativistas reformistas iniciaram greve de fome em 20/10.
A Federação Internacional de Jornalistas (IFJ, sigla em inglês) condenou o assassinato do veterano Jean Hélène, correspondente francês da Radio France Internationale (RFI), por um policial em Abidjan. Para a IFJ [22/10], sua morte é um "ataque chocante e selvagem à liberdade de imprensa".
Hélène foi assassinado em 21/10, ao lado de fora de uma delegacia onde esperava pela libertação de ativistas do partido de oposição, detidos uma semana antes por suspeita de tentativa de assassinato ? o correspondente havia noticiado o desaparecimento dos militantes.
O presidente Laurent Gbagbo disse que abriria inquérito imediato. Desde a eclosão da guerra civil na ex-colônia francesa, no ano passado, apoiadores de Gbagbo em particular acusaram a mídia estrangeira e emissoras de rádio e TV francesas de tendenciosidade pró-oposição.