NOTAS DE UM LEITOR
Luiz Weis
Nos muitos contatos da imprensa com o loquaz ex-secretário Nacional de Segurança Pública Luiz Eduardo Soares, como no programa Roda Viva, da TV Cultura de São Paulo, nenhum repórter (salvo engano) fez-lhe uma singela pergunta:
"Doutor Soares. Se o senhor ficou sabendo que gente do PT montava um dossiê apócrifo sobre irregularidades que estaria cometendo no cargo e que um assessor tinha recebido ordens de cima para registrar as suas declarações, por que não denunciou isso a tempo, em vez de fazê-lo depois que saiu?"
Ainda é tempo de corrigir a omissão. Na sua coluna de 9/11, no Estado de S.Paulo e no Jornal do Brasil, Dora Kramer cita o ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos como tendo dito que, se as acusações fossem procedentes, "quando veio a mim pedir demissão por causa das contratações da mulher e da ex-mulher, ele teria me dito e isso não aconteceu".
"É verdade, doutor Soares?", deveria se perguntar, se é que alguém já não o fez depois de pronto este texto. "E se é verdade, por que o senhor se calou diante do ministro?"
É preciso tirar a limpo de uma vez a história da gestão do doutor Soares na Segurança Pública do governo Lula.