Dois bilionários de Los Angeles, Eli Broad e Ronald W. Burkle, entraram oficialmente na briga pela compra do Los Angeles Times. Na quarta-feira (8/11), eles submeteram uma oferta para comprar o grupo Tribune Company, proprietário do LATimes e de outros dez jornais. A empresa, com sede em Chicago, também possui dezenas de emissoras de TV.
Tanto Broad, empresário do setor imobiliário, quanto Burkle, do setor de supermercados, já haviam expressado interesse em comprar o LATimes. Um outro bilionário local, o produtor David Geffen, também tem intenções de adquirir o jornal – o quarto maior dos EUA. Todos alegam a mesma motivação: querem investir em uma instituição local.
A parceria de Burkle com Broad para comprar todo o grupo – e não apenas o jornal – foi uma surpresa. Broad havia encontrado em sigilo com o chefe de redação do LATimes, Leo Wolinsky, e assim também teria feito Geffen. Jornalistas do diário revelaram que Broad não tem entrado em contato com os editores há meses. O empresário compraria o grupo através da instituição sem fins lucrativos Broad Foundation.
Detalhes da oferta não foram revelados. Recentemente, o Tribune Company – que tem valor de mercado de US$ 7,7 bilhões – recebeu propostas de compra por US$ 30 cada ação, mas recusou-as por considerar o valor muito baixo. Por estar insatisfeito com as investidas, o Tribune havia decidido aceitar propostas de empresas de private equity para a compra de alguns jornais e não necessariamente de todo o grupo. Na quarta-feira (8/11), as ações subiram US$ 0,86, atingindo o valor de US$ 32,48. A notícia da oferta foi muito bem-vinda na redação do LATimes. ‘Qualquer possibilidade de sermos comprados por pessoas locais é boa, embora continuemos com nossas preocupações’, afirmou um funcionário do jornal em condição de anonimato.
Crise
Na terça-feira (7/11), o editor do diário, Dean Baquet, renunciou ao cargo depois de ter se recusado a fazer novos cortes na equipe. O publisher do jornal, Jeffrey M. Johnson, foi substituído por David D. Hiller recentemente devido a tensões similares.
Em entrevista na quarta (8/11), Hiller afirmou que não haverá novas demissões na redação até o final do ano, mas ressaltou que buscaria maneiras de economizar ao longo de 2007. ‘Estamos tentando encorajar nossos funcionários a colocar a cada dia nas ruas uma ótima edição do jornal’, disse.
O LATimes vem perdendo assinantes e sua circulação caiu para 776.000 cópias diárias, segundo dados de 30/9. Em 1990, a tiragem chegou ao pico de 1,2 milhão de exemplares por dia. Informações de Sharon Waxman e de Geraldine Fabrikant [The New York Times, 9/11/06].