TELETIPO
O nascimento da filha do ex-beatle Paul McCartney, no dia 29/10, ocasionou um dos maiores erros factuais já cometidos pela imprensa britânica. O Daily Mirror, que começou a confusão, deu a seguinte chamada principal ao acontecimento: "É um menino! Exclusivo ? bebê de Macca (apelido do músico) veio um mês mais cedo!" A matéria explicava em detalhes, com parentes como fontes, que o suposto filho se chamaria Joseph, pois todos os meninos da família McCartney têm nome iniciado com a letra J, exceto por Mike, irmão de Paul (que, aliás, se chama na verdade James). AP, Reuters, BBC, Evening Standard, entre incontáveis outros veículos, repetiram as informações do Mirror. Somente pelas 11h do dia seguinte a Press Associaiton divulgou que se tratava de uma menina, de nome Beatrice. A repórter Vivienne Aitken, do Daily Record, foi quem escreveu primeiro que seria um menino, provavelmente com base em informações de um sobrinho de McCartney. Ela cedeu o furo ao Mirror, que pertence à mesma empresa de seu jornal. A reportagem do Guardian [30/10/03] não conseguiu falar com a jornalista.
A brincadeira de um estudante americano tirou a CNN e a AP do sério. Brandon Williamson, da North Carolina State University, montou uma página igual à do sítio da CNN e escreveu uma notícia, com crédito para a AP, que diz que a prática de sexo oral reduz o risco de aparecimento de câncer de mama. Williamson disse à reportagem do New York Observer [3/11/03] que não tinha má intenção e apenas queria brincar com seus amigos. O problema é que a falsa matéria rodou o mundo e foi até publicada por um jornal croata e outro chileno. Para quem tem razoável compreensão da língua inglesa, no entanto, o trote é evidente, pois os nomes dos cientistas citados no texto são trocadilhos do mais infames. AP e CNN já escalaram seus advogados para que tomem as medidas necessárias contra o engraçadinho. Até a universidade pode ser processada, por ter fornecido o espaço para armazenar a página.