TV DIGITAL
“Novos modelos desafiam futuro da TV”, copyright Folha de S. Paulo, 5/11/03
“Juscelino Kubitschek (1902-1976) teria concedido o canal de televisão a Roberto Marinho (1904-2003) em um guardanapo de restaurante, numa época em que emissoras de rádio e televisão eram vistas como extensão natural de jornais, revelou José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni, na última quinta-feira, no Seminário sobre TV Digital, promovido pelo Fórum de Políticas Públicas da Universidade de São Paulo.
O ex-vice-presidente das Organizações Globo, atual concessionário da TV Vanguarda, afiliada da mesma Globo no Vale do Paraíba, chamou a atenção para o fato, conhecido, de que as atuais concessionárias de canais de TV aberta não pagaram, nem pagam, nada ao poder público pelo uso do espaço no dial.
Boni foi mais longe em sua intervenção. Em defesa da subsistência dos canais locais, incluindo o seu, o profissional consagrado propôs a realização de licitações para a distribuição de concessões de TV digital.
A proposta é contundente. Toca no ponto nevrálgico. O que era uma antiga reivindicação de consumidores agora é compartilhada por poderosos empresários das comunicações.
Como se sabe, diversos são os sintomas de esgotamento da atual estrutura da TV brasileira. O modelo centralizado herdado do regime militar consolidou uma indústria poderosa, sob a direção do próprio Boni.
Em meio à profunda crise financeira das emissoras, demandas por maior espaço para produções regionais e independentes finalmente encontram eco. Mudanças na legislação coincidem com iniciativas das próprias emissoras e reforçam a demanda de espectadores fiéis à parca produção local e sedentos por programas de qualidade.
O esgotamento do modelo é também tecnológico. A TV digital oferece uma série de possibilidades, como a diversificação de canais, a assincronia (possibilidade de consulta a mesmos programas em momentos diferentes) e a interatividade.
Novas possibilidades estimularão novos formatos, questionando gêneros dramatúrgicos e jornalísticos. Alterações de forma e conteúdo devem atender ao profundo descontentamento que atualmente pauta a relação dos espectadores com a telinha, acenando com a ampliação da participação na própria produção.
As associações de emissoras de TV aberta reivindicam ajuda financeira do governo. O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) prepara um pacote de socorro, algo que se aproximaria de um Proer (programa de socorro aos bancos privados) das comunicaç&otildotilde;es. Mas o que o governo vai exigir em troca? As definições técnicas que se avizinham envolvem um pesado jogo de interesses políticos e econômicos. Trinte anos depois da consolidação da indústria de TV no país, estão dadas as condições para uma ampla democratização do sistema.
É sintomático que o homem que esteve à frente do modelo que se esvai esteja agora à frente de iniciativa baseada no princípio oposto, o da descentralização. Qual será o lugar da televisão do Boni na nova configuração espacial que se desenha, mesmo que a Globo permaneça no centro? Esther Hamburger é antropóloga e professora da ECA-USP”
GUGU DENUNCIADO
“Promotora denuncia Gugu por caso PCC”, copyright Folha de S. Paulo, 5/11/03
“A promotora Ana Gabriela Visconti, do Ministério Público Estadual em Osasco, denunciou ontem o apresentador Gugu Liberato, do SBT, pelos crimes de ameaça, notícia falsa e transmissão infratora da lei pela exibição de falsa entrevista com ?membros? da facção criminosa PCC no ?Domingo Legal? de 7 de setembro.
A promotora juntou na denúncia as conclusões de inquérito policial e representação do vice-prefeito de SP, Hélio Bicudo, um dos ameaçados pelos falsos PCC.
Visconti rejeitou o pedido de Bicudo para que denunciasse Silvio Santos, dono do SBT. Além de Gugu, foram denunciados Wagner Maffezoli (repórter), Rogério Casagrande (produtor), Amilton Tadeu dos Santos, o Barney, Vagner Faustino da Silva (Alfa) e Antonio Rodrigues da Silva (Beta) -intérpretes dos ?bandidos?.”
TV INDÍGENA
“Primeira televisão indígena do país é criada no Mato Grosso”, copyright Cidade Biz (www.cidadebiz.com.br), 7/11/03
“O cacique Raoni Memtuktire vai criar a primeira televisão indígena no país. ?Eu nunca vou brigar sem precisão, mas também não vou deixar nunca de brigar pelo direito que o povo tem, e por isso estou criando esta primeira TV em aldeia?, afirmou o cacique em entrevista ao programa Revista Amazônia, na Rádio Nacional da Amazônia.
O canal Aldeia Virtual está sendo instalado na Aldeia Cachoeira, na Terra Indígena Kapoto-Jarina, município de São Felix do Xingu, no Mato Grosso. Raoni lembrou, emocionado, que o primeiro branco que conheceu, há 50 anos, foi Orlando Villas Boas, a quem chama de o grande pai.
Ele citou entre os brancos inimigos, os madeireiros, pecuaristas, pescadores e caçadores, a quem lembrou que conta com os guerreiros para defender a área. Mas, disse que prefere antes ter conversa direta com as autoridades em Brasília.
?Eu não quero briga com ninguém mas também não quero invadir terra de fazendeiro, porque eu só vou na casa dele com permissão, então, não posso deixar que ele continue invadindo nossa terra, e tenho até medo que um dia ele acabe com os peixes dos nossos rios e com os bichos no mato, e é por isso também que eu estou trabalhando para a criação deste primeiro canal de TV de índio?.”
ALTO NÍVEL NA TV
“Campanha contra baixaria quer premiar programas de bom nível”, copyright Cidade Biz (www.cidadebiz.com.br), 7/11/03
“Entidades e parlamentares da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados, que coordena a campanha ?Quem financia a baixaria é contra a cidadania?, estudam formas de premiar programas de TV que estão fora da lista do ranking dos campeões de denúncias contra o sexo e a violência.
Desde que foi criada, há quase um ano, a campanha já recebeu cerca de 2.500 denúncias e divulgou listas identificando os programas mais denunciados, entre eles os do Ratinho (SBT), Gugu Liberato (SBT) e João Cléber (21).
Uma nova fase da campanha pode ser iniciada a partir de agora com a premiação dos programas que não recebem denúncias. A idéia reuniu o coordenador da campanha, deputado Orlando Fantazzini (PT-SP) com representantes de algumas das 40 entidades que participam da iniciativa. De acordo com o deputado, um dos argumentos para justificar o baixo nível da programação de TV diz respeito ao índice de audiência.
O parlamentar explicou que o apresentador João Cléber, que recentemente se comprometeu a reformular a linha editorial de seu programa, disse que, depois da mudança, que diminuiu o sensacionalismo do programa, a audiência baixou de 10 para um ponto.
A idéia de se premiar os melhores ainda não é consenso entre as entidades e pode não sair do papel. O Brasil ainda não aprovou lei que estabeleça o Código de Ética da Programação Televisiva. Essa legislação já existe na Europa e nos Estados Unidos. O deputado Orlando Fantazzini é autor de um projeto de lei que institui o código. O objetivo do projeto é normatizar regras que regulem a programação da TV brasileira.”
TV PAGA
“Mercado chinês de TV paga será o maior do mundo em cinco anos”, copyright Cidade Biz (www.cidadebiz.com.br), 4/11/03
“O mercado de TV digital paga na China, que ainda nem existe, será o mais lucrativo do mundo em cinco anos. A previsão é do vice-presidente da cadeia pública CCTV, Zhang Changming.
Zhang pediu que os setores tecnológicos, de serviços, gestão e intercâmbio de programas, participem da preparação do lançamento na China em 1? de setembro de 2004 de vários canais pagos que oferecerão cinema, esporte, música e filmes.
A cadeia CCTV informou, de acordo com a Agência EFE, que embora a TV por assinatura seja um fenômeno desconhecido para a maioria dos chineses, representa um mercado potencialmente formidável e em cinco anos pode tornar-se o maior do mundo.
O vice-presidente prevê que em três anos haverá 30 milhões de assinantes, que a uma média de US$ 6 mensais para receber a televisão digital originarão rendimentos de mais de US$ 2 bilhões até 2005.
?Os interessados em associar-se e compartilhar dos benefícios devem subir no trem?, falou Zhang.”