THE WASHINGTON POST
Em sua coluna de 26/10/03, o ombudsman do Washington Post, Michael Getler, abre espaço para "observações interessantes" feitas pelos leitores nos últimos dias. Muitas pessoas reclamaram da cobertura do caso do jogador de basquete Kobe Bryant, acusado de estupro. Elas consideraram uma omissão o fato de não ter sido dado destaque ao fato de que o juiz encarregado do processo deixou claro que a promotoria tem provas muito fracas contra o atleta. Getler pesquisou em outros grandes jornais, como Los Angeles Times, USA Today e The New York Times, e todos colocaram esse aspecto como principal.
Outra história que deu muito que falar foi a declaração do primeiro-ministro da Malásia, Mahathir Mohamad, em reunião com líderes islâmicos de 57 países, de que "os judeus governam o mundo por procuração". No Post, essa notícia apareceu somente na página A21. Alguns leitores acham que ela deveria ter sido colocada na capa. O ombudsman responde que o líder malaio já havia feito comentários desse tipo antes, mas nota que, desta vez, foi criticado pelo presidente George W. Bush, que classificou suas palavras de "erradas e divisórias". Isso, que é algo importante, foi citado somente no fim da matéria. Por fim, houve mensagens reclamando da continuação dada pelo jornal, com destaque para a negação de Mohamad de que teria sido repreendido.
A cobertura das investigações sobre os atiradores John Allen Muhammad e Lee Boyd Malvo, que causaram pânico na região de Washington há algum tempo, foi outro alvo de reclamações. Os leitores se queixam do excesso de matérias sobre o assunto. "Quero meu jornal de volta", brinca um deles. Getler comenta que o diário tem feito um bom acompanhamento do assunto, mas que sua extensão é algo que precisa ser discutido. O jornal está publicando, em cinco partes de 12 páginas, um livro de dois de seus repórteres sobre esse episódio. Segundo pesquisa interna, saíram 64 matérias a respeito, entre 5 e 23/10, além de mais algumas dezenas de notas pequenas e fotos.