Monday, 25 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Economista superstar

PAUL KRUGMAN

Paul Krugman é um economista que raramente hesita em tomar uma posiçãatilde;o corajosa diante dos fatos. Mesmo quando o assunto é ele próprio, diz um artigo da Economist [13/11/03].

O professor da Universidade de Princeton escreve uma coluna no New York Times duas vezes por semana. O fato é que sua coluna passou de uma genial discussão sobre a "nova economia" para uma crítica mordaz ao governo Bush. O trabalho de Krugman em crises econômicas e comércio internacional é extremamente admirado e elogiado por outros economistas. Isso não se discute. Mas seu sucesso como "jornalista" parece estar sendo pago pela queda de seu desempenho econômico.

O website Lyinginponds.com, que rastreia expressões de partidarismo político entre os colunistas norte americanos, aponta Krugman como o segundo colunista mais parcial. Ele só fica atrás de Ann Coulter, feroz e polêmica adepta do conservadorismo político. Já Krugman vai pelo caminho oposto. Pela análise do sítio, a grande maioria das colunas escritas por ele ataca os republicanos e quase nenhuma crítica é feita aos democratas. Em coluna recente, ele se define como "uma voz solitária em meio a um mar de corrupção".

Os críticos, Krugman chama de "stalkers" (termo usado para designar bajuladores obsessivos). Muitos deles ressaltam seus talentos de economista e de escritor, mas questionam se seu partidarismo exacerbado não estaria atrapalhando seus argumentos. A preocupação dos críticos é que Krugman é um homem de respeito e credibilidade, e suas análises maniqueístas sobre o panorama da economia e da política dos EUA podem influenciar erroneamente milhares de leitores. Uma passada de olhos por algumas de suas últimas colunas revela, por exemplo, uma crescente tendência de se atribuir todos os problemas do mundo a George Bush.

Não é difícil imaginar que a popularidade de Krugman tenha crescido vertiginosamente por causa disso. Suas colunas o transformaram em herói da esquerda americana ? uma espécie de Michael Moore da economia. O resultado disso é, por enquanto, positivo. Seu novo livro, The Great Unravelling, tornou-se best-seller, ficando por oito semanas na lista dos mais vendidos do New York Times.