CONGRESSO DA FELAP
O jornalista argentino Juan Carlos Camaño, secretário-adjunto da União de Trabalhadores de Imprensa de Buenos Aires (UTPBA, sigla em espanhol) e secretário-geral da Federação Latino-americana de Jornalistas (Felap, sigla em espanhol), em entrevista para Héctor Corti, cria o conceito de "jornalista-CNN" como exemplo do tipo de profissional que essas entidades não pretendem representar.
"O ?jornalista-CNN?, que pode ou não trabalhar na CNN, um dia sobe num tanque de guerra e invade o Iraque. Quando o Iraque se transforma em um pântano para as ?forças do bem?, questiona os cérebros da guerra porque ela não foi um sucesso, nem é aquilo que se propagandeava antes e depois da marcha triunfal para Bagdá. O jornalista-CNN não questiona a matança, questiona os erros que impedem alcançar o êxito: acabar com o ?mal?, apoderar-se do petróleo, garantir os negócios da reconstrução, impor a paz, instalar a ?democracia?", descreve Camaño. "Nós não enchemos a boca com a palavra democracia em um mundo em que o que menos há é democracia".
A inserção do profissional de imprensa numa realidade que não é a que as grandes corporações de mídia tentam impor é uma das discussões que se colocaram no 9o Congresso da Felap, no México. A entrevista com Camaño foi parte do material preparatório para o evento.