PUBLICIDADE EM GUERRA
Luís Henrique de M. Paulo (*)
Historicamente temos vários exemplos de campanhas publicitárias de empresas e produtos concorrentes que apelam para o comercial ou anúncio comparativo, algumas vezes diminuindo o oponente ou simplesmente enaltecendo suas superiores qualidades frente ao outro, exibido de frente ou de lado, com ou sem capuz, escancarado ou disfarçado.
Isso já foi feito diversas vezes com mais ou menos talento, mais ou menos sutileza, com bom humor e às vezes nem tanto.
É lamentável ver, ainda hoje, a picuinha criada entre as grandes empresas cervejeiras do país e, mais triste que isso, constatar a falta de originalidade, de imaginação, de criatividade em profissionais que são pagos exatamente por um talento que deveriam ter.
Depois do Teste Cego, entraram com o Teste Surdo e, finalmente, como não tinham nenhuma idéia melhor, entraram no Conar.
Cego em Paris
Já é conhecida de todos a história de que muitos profissionais criam campanhas apenas para ganhar prêmios em festivais, e não aumentam as vendas ou resolvem nenhum problema do cliente. Por outro lado, vemos profissionais que criam campanhas como se estivessem brigando com o coleguinha de colégio, tipo "eu tenho, você não tem".
Esse tipo de apelo, discutível em termos de ética e profissionalismo, entre outros aspectos, nos apresenta o tipo de profissional que está por trás de campanhas milionárias de mídia.
Com tantos grandes prêmios internacionais, com tantos Leões de Ouro e outros metais preciosos para a propaganda brasileira, talvez alguns publicitários tenham "feito fama, deitado na cama" e, junto de seu talento (?), estejam dormindo no ponto.
Com certeza nenhum deles é aquele publicitário que encontra o cego numa rua de Paris…
(*) Publicitário