Tuesday, 26 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

André Silveira

MÍDIA DE PIRES NA MÃO

"Deputados debatem crise na comunicação", copyright MMonline (www.mmonline.com.br), 19/11/2003

"Comissão de Ciência e Tecnologia vai promover uma audiência pública com representantes das empresas para analisar a situação

A Comissão de Ciência e Tecnologia da Câmara dos Deputados aprovou, nesta quarta-feira,19, o requerimento do deputado Walter Pinheiro (PT-BA) que solicita audiência pública para debater sobre a crise das empresas de comunicação no Brasil e suas implicações para a democracia.

O deputado argumenta que é importante o envolvimento dos parlamentares no processo já que no final de outubro passado, a Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), a Associação Nacional dos Editores de Revista (Aner) e a Associação Nacional dos Jornais (ANJ) apresentaram, ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), um diagnóstico da crise da mídia e uma proposta de financiamento estatal por meio de linhas de crédito específicas, apelidado de ?Promídia?.

Pinheiro justifica, ainda, que é importante debater detalhes relativos à extensão do programa de auxílio financeiro e quem será beneficiado. A data da audiência ainda não foi definida."

 

"Setor de mídia foi à UTI do BNDES, diz Lessa", copyright Folha de S. Paulo, 25/11/03

"O presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Carlos Lessa, disse ontem que a indústria de comunicação foi ?toda para a UTI [Unidade de Tratamento Intensivo?? do banco estatal.

A declaração foi feita durante palestra, na Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro), na qual ele expôs os planos do BNDES para 2004 e respondeu às críticas que tem recebido por supostamente estar transformando o BNDES em um ?hospital? de empresas em dificuldades.

Ao dizer que há muitos setores da economia do país que precisam primeiro serem saneados para depois poderem aproveitar ?o espetáculo do crescimento?, Lessa usou a mídia como exemplo.

Segundo ele, ?as empresas de comunicação no Brasil, em situações diferenciadas, estão, todas elas, sem condições de aproveitar o espetáculo do crescimento?.

Para Lessa, são três as dificuldades do setor: dívidas em dólar, queda da receita publicitária devido à crise econômica e ?frustração? com os investimentos na área das ?tecnologias do futuro?.

Lessa disse que o BNDES está avaliando a situação da mídia, mas que o objetivo de uma eventual ajuda não será o crescimento induzido do setor, mas sim seu ?destravamento?, para que possa voltar a expandir de forma sustentável.

Em outubro, dirigentes das três principais entidades empresariais da área de comunicação do país -Abert (Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão), ANJ (Associação Nacional de Jornais) e Aner (Associação Nacional de Editores de Revistas)- apresentaram ao BNDES estudos nos quais analisam a situação geral do setor e sugerem que ele tenha acesso a programas de apoio do banco oficial, como o de ?equacionamento financeiro das empresas? e os financiamentos normais para investimentos.

Lessa disse que, como esses estudo são públicos, poderia comentá-los sem violar o segredo da operação. ?Posso falar com muita tranquilidade, porque não é segredo bancário, porque suas lideranças [as da mídia? me procuraram, fizeram uma exposição pública?, disse ele.

O presidente do BNDES afirmou ter usado o termo ?hospital? em relação ao papel do banco justamente em alusão a ajustes como o que se estuda fazer com a mídia. E sugeriu que tem sido criticado justamente pela mídia pelo uso desse termo.

?É curioso que a indústria de comunicação veio toda para a UTI do BNDES, em bloco. Aliás, se apresentou toda no mesmo momento, e juntinha. Com a liderança da imprensa escrita, da imprensa televisiva, das revistas e também das rádios. Tudo, em bloco.?

Lessa mencionou a importância da indústria de comunicação e acrescentou que, em 2004, o BNDES terá que fazer um programa para ?importante segmentos industriais?, entre eles o de comunicação.

?Se chamamos isso um ato de hospitalização ou não, é um problema de figura de linguagem. Como eu já apanhei muito por ter usado a palavra hospital, não uso mais. Na verdade, usei achando que era uma instituição necessária, não simpática, porém necessária. Aliás, o interessante é que a indústria de comunicação, toda, veio pedir hospitalização?, afirmou ele."