CASO RYAN PARRY
"EFE: Buckingham anuncia processo contra jornal que infiltrou repórter", copyright EFE in Comunique-se (www.comunique-se.com.br) 24/11/2003
"A Família Real britânica anunciou hoje, quinta-feira, que processará o jornal sensacionalista ?Daily Mirror? e o seu repórter Ryan Parry, que se infiltrou como criado no palácio de Buckingham com referências falsas.
Com esta medida, a monarquia pretende impedir que o tablóide continue publicando intimidades e fotos tiradas pelo repórter, explicou um porta-voz do palácio.
?Confirmamos que a Casa Real tomou medidas legais contra o ?Daily Mirror? e Ryan Parry por quebra de contrato?, disse a fonte, que lembrou que o falso criado assinou uma cláusula ?de confidencialidade?.
Como a rainha Elizabeth II não pode apresentar um processo em seus próprios tribunais (não pode existir um caso ?a Coroa contra a Coroa?), o procurador-geral apresentará a ação em seu nome.
A última vez que o palácio tomou uma medida similar foi em 1990, mas, nesta ocasião, a situação é mais delicada.
A infiltração de Ryan Parry ofuscou o primeiro dia da visita do presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, ao Reino Unido, pondo em evidência grandes falhas na segurança.
O primeiro-ministro britânico, Tony Blair, ordenou hoje uma ?revisão profunda? na segurança da Família Real.
O jornalista afirmou que deixou o palácio na noite de terça-feira, pouco depois da chegada de Bush, e que estava previsto que hoje ele serviria o café da manhã à conselheira de Segurança Nacional dos Estados Unidos, Condoleezza Rice, e ao secretário de Estado, Colin Powell.
Segundo o relato do repórter, ele sempre teve acesso irrestrito a todas as áreas do palácio, ninguém nunca revistou suas bolsas nem suas referências foram checadas a fundo, pois uma simples consulta na internet teria desmascarado sua identidade."
"Jornal aceita não publicar mais revelações sobre Buckingham", copyright Agência Estado (www.agestado.com.br) 24/11/2003
"O tablóide britânico Daily Mirror concordou, hoje, em não publicar mais detalhes sobre a vida no Palácio de Buckingham, recolhidos pelo repórter que trabalhava como criado. A rainha Elizabeht II obteve uma interdição legal temporária no fim de semana, depois que o Daily Mirror editou uma série de reportagens do jornalista Ryan Parry, que conseguiu infiltrar-se no palácio com referências falsas.
Advogados das duas partes disseram que o jornal concordava em não publicar mais matérias baseadas no trabalho de Parry e não distribuir as já publicadas através de agências de notícias. Elas saíram no Mirror enquanto o presidente George W. Bush hospedava-se no Palácio de Buckingham durante sua visita oficial à Inglaterra.
As reportagens incluíam detalhes sobre os arranjos para o café da manhã da rainha, fotos dos quartos reais e relato das tarefas de Parry, entre elas, entregar chocolates nos apartamentos dos hóspedes, Bush e sua mulher, Laura.
O advogado da rainha, Jonathan Sumption, argumentou que as reportagens eram ?uma altamente questionável invasão de privacidade, sem nenhum interesse legítimo?. Parry, que obteve o emprego de criado de libré sob seu nome verdadeiro mas usando referências falsas, assinou um documento comprometendo-se a manter confidenciais os assuntos internos do palácio quando começou a trabalhar.
Richard Spearman, o advogado de Parry e do jornal, defendeu as matérias como ?peça clássica do jornalismo investigativo?, que expôs sérios lapsos na sistema de segurança. Mas, disse, ?o Mirror sente-se satisfeito por resolver o problema. Ele não quer uma batalha legal, longa e cansativa, com Sua Majestade?.
O Mirror também concordou em ceder fotos e documentos coletados por Parry durante seus dois meses no serviço doméstico real e em pagar 25.000 libras (cerca de R$ 123.000) pelos custos legais da rainha.
Sumption disse que a família real ?tem direito à privacidade em suas vidas pessoais? e tomará medidas legais contra qualquer um que não respeite os ?princípios comezinhos de cortesia?. O palácio anunciou que está tornando seus processos de contratação de pessoal mais rígidos e que o governo abriu investigações sobre a segurança da família real."
"Furo de segurança, furo de reportagem", copyright IstoÉ, 23/11/2003
"Há dois meses Ryan Parry conseguiu um emprego entre a criadagem do Palácio de Buckingham, residência oficial da rainha da Inglaterra, Elizabeth II. Detalhe: Parry é repórter do jornal Daily Mirror. Na edição da quarta-feira 19 ele revelou uma das maiores falhas do esquema de segurança do palácio: Parry teve acesso aos aposentos reais (todos fotografados por ele) e aos alimentos servidos aos integrantes da realeza. Entrou também na suntuosa suíte em que se hospedou o presidente dos EUA, George W. Bush. ?Se eu fosse um terrorista, teria assassinado a rainha ou o presidente dos EUA?, escreveu Parry, que usou referências falsas para obter o emprego."