BBC
No dia 9/1/04, após reclamação do Consulado Muçulmano da Grã-Bretanha, a BBC tirou do ar o programa matinal de Robert Kilroy-Silk, que fez declarações ofensivas a árabes em um artigo de jornal.
A organização pró-Israel Honest Reporting [14/1/04] disse que a reclamação da comunidade muçulmana é compreensível, mas ficou surpresa com uma ação tão rápida da BBC, à luz de anos de tolerância da corporação a declarações viciosas anti-Israel por parte de seus apresentadores e comentaristas, levadas ao ar pela própria BBC ? particularmente de Tom Paulin, poeta e freqüente convidado da corporação.
Em abril de 2002, Paulin disse numa entrevista ao semanário egípcio al-Ahram que os "nascidos no Brooklyn" que vivem em assentamentos em territórios ocupados "deveriam ser mortos a tiros". "Acho que são nazistas, racistas. Sinto apenas ódio por eles". "Nunca acreditei que Israel tivesse o direito de existir", afirmou.
Apesar de reclamações da comunidade judaica, a BBC continuou permitindo a contribuição regular de Paulin no programa de artes Newsnight Review. Andrew Dismore, parlamentar britânico, citado no Telegraph, questionou a dubiedade da BBC, afirmando não ter entendido por que a corporação se manifestou contra Kilroy-Silk e nunca fez nada contra Paulin. "Não estou defendendo o que Kilroy-Silk disse, mas fiquei profundamente irritado com o que falou Paulin, e acho que as regras deveriam ser aplicadas igualmente". Diversas universidades americanas, inclusive Harvard, cancelaram discursos de Paulin após a declaração.
A Honest Reporting destaca a ironia da reclamação do Consulado Muçulmano, que dizia o seguinte: "Imaginamos se vocês considerariam apropriado dar o mesmo tipo de destaque a um apresentador que fosse tão abertamente antinegros ou antijudeus".
Na verdade, diz a Honest Reporting, com Tom Paulin é exatamente isso que a BBC está fazendo.