O DIA SOB NOVA DIREÇÃO
“Fernando Teles é o novo diretor geral de O Dia”, copyright Meio e Mensagem, 15/12/03
“Quatro meses após a saída do vice-presidente Fernando Portella, a presidente do Grupo O Dia, Ariane de Carvalho Barros, anunciou na quarta-feira, dia 10, o executivo Fernando Teles como novo diretor geral de operações do jornal O Dia. Carioca de 36 anos e formado em Engenharia de Produção pela UFRJ, com MBA em finanças pelo Ibmec de São Paulo, Teles acabou sendo escolhido para a função através de um rigoroso processo de seleção conduzido pela consultoria em headhunting Spencer Stuart. Segundo Ariane, o perfil empreendedor de Teles acabou se sobrepondo ao fato de não ter experiência em empresas jornalísticas. ?Fernando é empreendedor, criativo, estratégico e focado em resultados. Com certeza nos ajudará a tornar O Dia cada vez mais competitivo?, disse Ariane.
A carreira profissional de Teles teve início em 1990 na então Andersen Consulting (atual Accenture), onde ficou até 1996, quando foi contratado pela Credicard. Seis meses depois, teve importante papel na elaboração da Redecard, empresa criada por Itaú, Citibank e Mastercard para realizar as operações de crédito e débito da bandeira Mastercard. Em 2000, foi para a Zipnet, na qual ficou até a venda da empresa para a Portugal Telecom. Nos últimos dois anos, vem se dedicando a negócios próprios como Notcom, Max Log e Spim Entretenimento, onde tem participações.
Teles começa a trabalhar na segunda-feira, dia 15, e responderá pelas áreas de marketing, circulação, distribuição, industrial/gráfica, administrativa e financeira. O departamento comercial continua sob a tutela de Paulo Fraga, que se reporta diretamente a Ariane de Carvalho Barros. ?Confiamos ao Teles a tarefa de conduzir as mudanças que planejamos para o próximo ano?, disse Ariane, que garante manter o posicionamento do jornal junto à classe C.
A presidente do Grupo O Dia também anunciou dois novos integrantes do conselho administrativo da empresa: Sidney Basile, superintendente do Grupo Exame, da Editora Abril; e Luiz Antonio Viana, ex-presidente da Net Serviços.”
GLOBOPAR PROCESSADA
“Investidor vai à justiça contra Globopar em NY”, copyright Folha de S. Paulo, 13/12/03
“Um fundo de investimentos norte-americano entrou com ação judicial, nos Estados Unidos, contra a Globopar (Globo Comunicações e Participações), empresa-mãe da família Marinho, pedindo que a Justiça intervenha na renegociação da dívida externa da empresa e determine as condições de pagamento aos credores.
O pedido foi feito, anteontem, em uma corte de falências em Nova York, pelo fundo de investimentos W.R Huff, de Nova Jersey. O fundo é especializado em comprar títulos de dívidas de empresas em dificuldade, apostando que elas irão se recuperar.
Este tipo de investidor é conhecido no mercado financeiro como “fundo abutre”, pois tira proveito do momento de dificuldades das empresas, quando os papéis podem ser comprados com grandes descontos no mercado.
Segundo o presidente da Globopar, Ronnie Vaz Moreira, a Huff possui títulos correspondentes a 5% da dívida total da companhia.
Os papéis da empresa são negociados atualmente no mercado financeiro norte-americano com desconto de 60% sobre o valor de face, segundo informações da empresa.
A Globopar tem dívidas de US$ 1,9 bilhão (cerca de R$ 5,6 bilhões) e suspendeu o pagamento aos credores em outubro do ano passado. Grande parte da dívida (US$ 1,16 bilhão) é garantida pela TV Globo.
Com a suspensão do pagamento, a partir do final do ano passado, todas as dívidas da empresa, inclusive as contratadas com horizonte de longo prazo, ficaram passíveis de resgate imediato.
No início do ano, foram constituídos dois comitês de credores para estabelecer novas condições de pagamento: um para os bancos (nacionais e estrangeiros) e outros para os demais credores.
Ao pedir a intervenção da Justiça americana no processo, a W.R Huff , que fazia parte do segundo comitê de credores, demonstra não concordar com as condições que estão sendo discutidas entre a empresa e os comitês.
A proposta em discussão incluiria perdão de uma parte da dívida, redução de juros e alongamento do prazo de pagamento.
O presidente da Globopar disse que a ação judicial não tem repercussão sobre a vida da empresa, pois ela não possui sede nem receita nos Estados Unidos.
Como a empresa tem sede no Brasil, a Justiça americana, segundo ele, não pode executar seus bens para pagar a credores no exterior.
Na tentativa de minimizar a atitude do investidor, Vaz Moreira qualificou a ação de “equivocada” e disse que a petição contém erros.
A estratégia da Huff, segundo especialistas do mercado financeiro, é prejudicar a imagem da empresa diante do mercado, acelerar a negociação e pressionar por condições mais favoráveis aos credores.
De acordo com Vaz Moreira, a empresa tem reuniões na semana que vem com os comitês de credores, em São Paulo e em Nova York.
A Globopar informou que soube da existência da ação na própria quinta-feira, mas que ainda não foi notificada oficialmente sobre o processo.
A notícia que circulou ontem entre os investidores norte-americanos era que se tratava de um pedido de falência. Segundo o presidente da Globopar, a interpretação era equivocada.”