Tuesday, 26 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Seis anos depois, caso Gongadze segue sem solução

A mãe do jornalista ucraniano Georgiy Gongadze, desaparecido há seis anos, recusa-se a permitir que um corpo identificado como o de seu filho seja enterrado. ‘Eu não quero enterrar os restos de um estranho’, diz Lesya Gongadze em citação publicada no Gazeta Po-Kievsky. Há outro motivo para a recusa da mãe do jornalista. Se reconhecer o corpo, Lesya é obrigada a aceitar um atestado de óbito sem especificações de razão da morte, data ou local.

A postura de Lesya funciona como pressão para que as autoridades não esqueçam do caso. Gongadze, que escrevia sobre alta corrupção em um sítio de notícias, foi seqüestrado em 2000. Um corpo decapitado e com sinais de espancamento foi encontrado em uma floresta nos arredores de Kiev e identificado pelo governo, após diversos exames, como o do jornalista. Lesya se recusa a ceder aos esforços das autoridades para que ela aceite os restos mortais encontrados na floresta, que continuam em um necrotério de Kiev.

O assassinato gerou meses de protestos contra o então presidente Leonid Kuchma, depois que uma testemunha-chave divulgou gravações de áudio com vozes parecidas com a de Kuchma e seus aliados conspirando contra Gongadze. Três ex-policiais foram julgados pelo crime no início de 2006, enquanto a investigação para encontrar o mandante do assassinato continua. Kuchma nega qualquer envolvimento. O caso é também um desafio para o atual presidente, Viktor Yushchenko, que prometeu, no início do mandato, levar os assassinos do jornalista à justiça. Informações da AP [26/6/06].