O primeiro-ministro australiano, John Howard, pediu na segunda-feira (3/7) que o reality show Big Brother fosse tirado do ar depois que um incidente entre os participantes do programa levou a uma investigação por agressão sexual. No sábado (1/7), dois ‘moradores’ da ‘casa’ foram expulsos depois que um deles segurou uma mulher enquanto o outro esfregava a virilha no rosto dela.
O incidente não apareceu na TV, mas foi transmitido ao vivo na internet pela Ten Network Holdings. A polícia foi chamada e os três envolvidos foram interrogados, mas a mulher, de 22 anos, preferiu não prestar queixa formal. As famílias dos dois homens expulsos consideram processar o programa por explorá-los, reportou o jornal Daily Telegraph, de Sydney.
‘Aqui está uma boa oportunidade para o Channel Ten se auto-regulamentar um pouco e tirar este programa idiota do ar’, afirmou o primeiro-ministro em um programa de rádio. Os produtores do Big Brother disseram, entretanto, que o reality é popular e continuará a ser transmitido.
Lacuna na lei
A Autoridade de Comunicações e Mídia Australiana (ACMA) decidiu não processar o programa, justificando que a emissora escapou de censura por uma lacuna nas regras de transmissão, já que as imagens foram ao ar pela internet em um serviço pago e exclusivo para adultos. ‘Em adição a mudanças legislativas, eu irei direcionar a ACMA para que conduza revisões detalhadas para verificar se o código de prática da televisão aberta está operando, com relação aos reality shows, de maneira a fornecer proteção apropriada à sociedade’, afirmou a ministra das Comunicações, Helen Coonan.
O incidente de sábado foi apenas mais um em uma longa lista de reclamações sobre o comportamento ‘obsceno e bizarro’ dos jovens participantes – que, assim como na versão brasileira, são filmados 24 horas por dia dentro de uma casa cenográfica e são ‘expulsos’ por voto popular. Na semana passada, a emissora teve que criar uma versão ‘só para adultos’ depois de queixas sobre nudez excessiva.
Esta é a sexta edição do Big Brother na Austrália, e, segundo nota da Reuters [3/7/06], funciona como uma tentativa, por parte do terceiro maior canal do país, de conquistar uma audiência mais jovem. O programa já foi produzido em diversos países, entre eles EUA, Inglaterra e África do Sul. Com informações de Mark Sweney [The Guardian, 5/7/06].