THE NEW YORK TIMES
O editor público do New York Times, Daniel Okrent, ficou intrigado com a grande quantidade de reclamações que tem recebido de partidários do pré-candidato democrata à presidência, Howard Dean. Eles se queixam principalmente da repórter Jodi Wilgoren, que acompanha o político, mas também de editores e repórteres sêniores. Um deles chegou a cancelar assinatura. Como acredita que o diário tem feito um bom trabalho na produção de notícias sobre Dean,, Okrent foi buscar os motivos de tamanha repercussão, consultando um representante do candidato.
O porta-voz Jay Carson não quis dar opinião sobre a qualidade da cobertura do Times, mas explicou que a enxurrada de queixas pode se dever à "Cruzada Dean", termo com que apelidou o que considera "a maior campanha de base da história moderna". Se é mesmo a maior é difícil de aferir, mas, ao que tudo indica, há uma grande quantidade de pessoas mobilizadas para defender o democrata. "Essa gente escreve cartas, dá telefonemas, dá dinheiro. Eles têm de um alto grau de compromisso", disse Carson.
Mesmo com essa informação, Okrent não se deu por satisfeito, pois as reclaamações lhe causaram muito impacto. Enunciando o corolário do jornalista do Times James Bennet, ("Só porque todo mundo está furioso com você não significa que esteja fazendo a cosia certa") o ombudsman conclui: o jornal cometeu erros, sim. Como exemplo cita uma matéria sobre o temperamento de Dean, em que ele aparece com expressão irada, sob o título "por favor, escolham esse homem", algo que, com razão irritou seus apoiadores. Outro caso que o colunista citou foi a de um texto em que David Halbfinger explicava como a candidatura do democrata poderia entrar em colapso, com o titulo "Sim, Howard Dean pode ser derrubado. Veja como".